Nesse domingo, a Globo estreou mais uma tentativa de emplacar
um programa no horário das onze horas, coladinho com o Fantástico (desculpa,
não resisti, tive que usar essa expressão tão comum no sbt nos tempos em que
Gugu ainda era o rei dos domingos), o programa Tomara que Caia.
As chamadas de estreia do programa lançaram a irritante
pergunta: “é game ou programa de humor?”. Bem, depois de ontem, acho que a
resposta a essa pergunta pode ser dada: programa de humor não é, por um simples
motivo – Tomara que Caia não tem a mínima graça.
Críticas a parte, é importante elogiar a iniciativa da Globo
em investir em um programa de formato original, criado pela própria equipe da
emissora. Mas, infelizmente, esse formato não funcionou muito bem, porque
parecia uma grande misturada, onde, no final das contas, ninguém conseguiu entender
nada. Isso aconteceu porque o propósito do programa era contar uma história,
que não era nada legal, nem original, e meter no meio dela trolladas, como
continuar interpretando o texto gaguejando, brincadeiras típicas de programas
de improviso, como o saudoso Quinta Categoria, da MTV. Porém, no final das
contas, a tal da história que os atores estavam tentando contar virou um samba
do crioulo doido.
O elenco, por sua vez, também foi um erro, apesar de contar
com grandes nomes, faltou a presença de atores com melhor capacidade de
improvisação e mais sensibilidade para contagiar a plateia e levar o público a
dar boas risadas. Apenas Fabiana Karla, Dani Valente e Heloísa Perissé
conseguiram esse feito. Nando Cunha, Eri Johnson, Marcelo Serrado, Ricardo Tozzi
e Priscila Fantin até que se esforçaram, mas não conseguiram. O mais engraçado
disso tudo é que a Globo tem contrato com profissionais mais do que
especialistas em programas desse estilo, como Tatá Werneck, Dani Calabresa e
Marcelo Adnet, mas não usou nenhum deles.
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Elenco assustado com as críticas ao programa. |
Bom, mas a estreia vergonhosa de Tomara que Caia, fez o
público lembrar de como essa faixa de horário é complicada para a Globo. Já
vimos vários programas estrearem logo após o Fantástico e serem cancelados sem
dó nem piedade pouco tempo depois.
Então, vamos ao nosso TOP 5, que vai relembrar (até mesmo
porque ninguém lembra) as atrações que a Globo já tentou emplacar depois do
Fantástico, mas não conseguiu.
Ah, como esse é um ranking dos piores programas, a ordem é a
seguinte: o quinto lugar fica com o menos pior entre os piores, aquele que
conseguiu sobreviver um pouco mais de tempo.
5º lugar: Jogo Duro (2009)
O programa era uma espécie de No limite, só que apresentado
pelo, acreditem, Paulo Vilhena, na época em que ele ainda aceitava ser chamado
de Paulinho.
Então, era um daqueles realities shows cheio de provas nojentas e
perigosas. A pessoa tem que ser muito louca e necessitada do prêmio pra
participar disso.
Jogo Duro não chegou nem perto do sucesso de No Limite e
apanhou da primeira edição Fazenda da Record, que, naquele ano, trouxe Dado
Dolabella como vencedor, durante quase todos os domingos em que foi ao ar, por
um pouco mais de um mês.
Talvez, a falta de carisma do apresentador, as provas um
tanto quanto sem noção e a curiosidade em torno do reality da concorrência
contribuíram para o fracasso do programa, que, graças à Santa Clara e ao bom
senso do pessoal da Globo, não foi renovado para uma segunda temporada.
4º lugar: Sociedade Anônima
Em 2001, a Globo apostou nesse programa de nome cafona
apresentado por Cazé Peçanha.
Se você, assim como eu, não conseguiu associar
nome à pessoa, ele é aquele careca que apresenta A Liga na Band.
O programa tentava agradar os jovens, trazendo games e
entrevistas com pessoas anônimas, por isso, tinha esse nome.
Apanhou muito do também finado Topa Tudo Por Dinheiro e foi
cancelado após pouco mais de um mês de exibição.
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Imaginem o Cazé no lugar do Silvio. |
Por incrível que pareça, até página no Wikipédia esse
programa, do qual ninguém se lembra, tem. Sendo assim, até eu quero uma página
lá!
3º lugar: Batendo Ponto
Chapa Quente não é a primeira série flopada estrelada por
Ingrid Guimarães. Lá em 2011, ela protagonizou Batendo Ponto, que contava a
história dos funcionários de uma empresa (valha, não me diga!).
A Globo pretendia alcançar o mesmo sucesso de Sob Nova
Direção, última série estrelada por Ingrid, mas não chegou nem perto disso,
perdendo para o SBT e RedeTV (no saudoso tempo em que o pânico ainda era bom e
fazia sucesso), sendo, então, cancelado com apenas sete episódios.
2º lugar: Junto e Misturado
Já exibido em 2010, sem êxito, no também complicado horário
pós-Globo Repórter, o programa recebeu uma segunda chance no final de 2013,
substituindo a leva de novos episódios do Sai de Baixo.
Assim, como Tomara que Caia, a série tentava inovar,
trazendo um formato com esquetes temáticas, mas, de novo, não agradou o público,
sendo cancelada após cinco episódios.
1º lugar: Norma
O concorrido lugar mais alto do nosso pódio vai para a série
que conseguiu a proeza de ser cancelada após apenas três episódios.
Com certeza, um trabalho que Denise Fraga prefere esquecer,
Norma tentou inovar e, assim como Tomara que Caia, misturava ficção com
interatividade, tendo até uma plateia que poderia interferir no rumo da
história.
Será que isso também vai acontecer com o Tomara que Caia?
Tomara que sim, quer dizer, só o tempo pode responder, afinal, todo mundo
merece uma segunda chance, ou um segundo episódio pra ter certeza de que aquilo é ruim mesmo.