segunda-feira, 26 de outubro de 2015

ENEM 2015: E se o tema da redação fosse inspirado no mundo televisivo?

Não existe final de semana mais badalado e mais gerador de memes do que o final de semana no qual são realizadas as provas do ENEM.

Todo o ano é mesma coisa: gente chegando atrasada e, por isso, chorando, se descabelando e até tentando passar pelas grades dos portões.



Outra coisa que é certa de acontecer todos os anos é o desespero dos alunos ao verem o tema da redação.

Mas, imagina só, se a organização do exame resolvesse inovar e abordasse as notícias do mundo televisivo para servirem como base aos temas da redação.

O Controle imaginou isso e resolveu botar em prática, afinal, já que o tema do Enem tem que ser algo atual e que, de alguma forma, mexe com a sociedade brasileira, nada melhor do que abordar as notícias televisivas que mais bombaram nos últimos meses.

TEMA 1: Globo ou Record? Quem dita a regra do jogo?

Esse é um assunto mais do que discutido. Os alunos poderiam iniciar a redação citando o fato de que, pela primeira vez, uma novela da Globo está perdendo para uma da Record.

Depois, ele poderia usar como argumentos os temas realistas e polêmicos que a Globo vem abordando repetidamente em suas novelas da nove. Em contrapartida, poderia citar a inovação da Record, que investiu em uma novela bíblica.

Mas, para incrementar a sua redação, o aluno poderia comparar a qualidade das duas tramas: Os Dez Mandamentos tem sim seu mérito, afinal, não é nada fácil tornar um texto bíblico atrativo no formato de novela, mas, por outro lado, a trama vem se arrastando há meses com as pragas do Egito, enquanto que A Regra do Jogo, após um período conturbado, vem surpreendendo os telespectadores, quase que a todo capítulo, com reviravoltas novas e segredos revelados.

Para dar mais força aos argumentos, o aluno poderia citar também o fanatismo dos telespectadores da Record, que travam brigas enormes nas redes sociais com aqueles que criticam sua novela.



TEMA 2: Joelma e Chimbinha, a culpa é da lua?


Não há nada mais atual do que esse barraco todo envolvendo o antes casal propaganda de margarina Joelma e Chimbinha.

Os candidatos poderiam encarnar a Sônia Abrão e rasgar o véu, falando do teatrinho de Joelma, que vem tratando tudo isso como se fosse uma novela mexicana.

O aluno poderia também analisar o que foi que levou a essa situação e usar como exemplos para fortalecer os argumentos a entrevista dada por Chimbinha ao Fantástico, os mil e um depoimentos dos filhos dos dois e as mil e uma performances de Joelma nos shows.

Outro ponto que poderia ser abordado é o limite entre o profissional e o pessoal, algo que Chimbinha e, principalmente, Joelma não conhecem muito bem.

TEMA 3: A ousada empreitada de Elizabeth Jhin em fazer duas novelas em uma.


Nessa semana, o assunto mais comentado no mundo televisivo, disparado, foi a mudança de fase em Além do Tempo.

Com uma qualidade inquestionável, essa transição de séculos se deu com um capítulo de tirar o fôlego.

Mas, passado isso, parece que uma novela nova começou. Os personagens têm relações e profissões diferentes, mas, em suma, continuam com a mesma essência.

Isso é legal, porque faz o público ficar curioso para assistir ao desenrolar da nova fase para ver como os carmas do passado serão refletidos nessa nova vida.

Mas acontece que a novela vem perdendo aquele ritmo frenético que vinha apresentando nos últimos capítulos da fase anterior, mas, por outro lado, isso é compreensível, pois é como se uma novela nova estivesse começando, e as tramas e os segredos dos personagens ainda estão sendo revelados.

TEMA 4: Xuxa na Record: Expectativa X Realidade.



Esse assunto rende desde o final do ano passado, até que chegou agosto e o tão esperado programa de Xuxa na Record estreou.

Passado todo o burburinho do início, o público pôde chegar a uma conclusão: Xuxa  até tenta, mas ainda não conseguiu conquistar seu espaço nas noites de segundas-feiras.

A ideia inicial do programa é legal e Xuxa estava com uma vibe boa e um ar renovado, mas parece que, com o tempo, os problemas foram aparecendo, e tanto a apresentadora quanto a sua equipe não vêm conseguindo lidar com os percalços.

E a tal da liberdade que Xuxa esbravejava por aí que foi o principal motivo de ela ter aceito a proposta da Record parece que foi por água abaixo. Xuxa vem sendo proibida de tocar em alguns assuntos e foi até impedida de ir ao Teleton, mas a emissora voltou atrás e deixou a loira ir à TV de Silvio Santos ajudar a arrecadar fundos para AACD.




Bom, isso foi só uma brincadeira e espero, do fundo do meu coração, que todos aqueles que se empenharam nos estudos, tenham feito um ótimo ENEM e se surpreendam com suas notas. E deixo até uma sugestão de um tema sério, tendo como base um infeliz acontecimento que gerou polêmica na última semana no mundo televisivo: a sexualização de crianças e a cultura do estupro.

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Com a contratação de Cao Hamburger, veja como pode ser a próxima temporada de Malhação


A notícia bombástica do dia no mundo televisivo foi a contratação pela Globo de nada mais nada menos que Cao Hamburger (desculpa, mas jurava que era Hambúrguer, não era só eu, né?).


Lá na Globo, a mente criativa por trás do maravilhoso programa que marcou a infância de muita gente, inclusive a minha, Castelo Rá Tim Bum, vai ficar responsável por, pasmem, desenvolver a criação da próxima  temporada de Malhação, que deve estrear só lá pra junho de 2016, ou seja, ainda teremos muito tempo para aturar “Seu Lugar Na Chatice”.


Bom, essa notícia foi meio surpreendente, mas, como poucos detalhes foram divulgados, sabemos de pouca coisa sobre essa nova empreitada de Cao na Globo, só temos a certeza de que a novelinha, pela primeira vez, se passará em São Paulo, em vez de no Rio.

Mas, vasculhando o histórico de criações do roteirista, é possível ter uma ideia do que está por vir na nova Malhação:

1.       Nada de escolas ou academias de ginástica, a novelinha se passará em um castelo misterioso, que aguçará a curiosidade de vários adolescentes metidos da vizinhança;






2.       Lutador de muay thai? Vocalista de banda? Não, nada disso! O protagonista da vez será um menino traquino e que aprontará várias confusões no bairro usando uma panela na cabeça;


3.       E que tal se um dos núcleos da novelinha se passar em uma loja de antiguidade que, de fato, é habitada por seres de outra época?



4.       Além de tudo isso, as crianças da novelinha terão o poder de dar vida aos monstros que desenham.


Brincadeiras à parte, Cao Hamburger foi uma contratação maravilhosa feita pela Globo, e se engana quem pensa que ele só escreve seriados infantis e com toque mágico.

Pra quem ainda não conhece, eu recomendo que assista pelo menos ao primeiro episódio de Pedro e Bianca, uma série de Cao Hamburger, sobre o cotidiano de irmãos gêmeos, um menino branco e uma menina negra, na escola e em casa com a família.


Com Pedro e Bianca, Cao conseguiu mostrar aquilo que a temporada atual de Malhação não consegue fazer nem de longe: retratar a vida de jovens estudantes de uma escola pública com veracidade e sem clichês. Não é à toa que a série ganhou um Emmy.

Não sabemos qual estilo Cao seguirá na nova Malhação e nem se o projeto continuará com esse nome, mas temos a certeza de que, com seu talento, algo bom e inovador deve estar vindo por aí. 

Vamos aguardar para ver!


quinta-feira, 22 de outubro de 2015

O que falar desse MasterChef Júnior, que eu mal conheço, mas já considero pakas?


Nessa terça-feira, a grande estreia da TV brasileira foi a versão infantil do já consagrado reality culinário Masterchef.

A Band faz de tudo para sugar o máximo que pode o sucesso que vem obtendo com a competição de chefs amadores e, sem pensar no esgotamento do programa, a emissora resolveu lançar o Masterchef Júnior pouco tempo depois do final da segunda temporada da versão com gente grande
.
Assim como a versão adulta, o reality chamou atenção pela qualidade técnica e, por se tratar de competição mirim, a estrutura do reality foi toda adaptada a essa nova realidade: o cenário ficou lindo, todo colorido e as vinhetas e o pacote gráfico também ganharam um toque mais clean, o que ajudou a criar uma atmosfera mais leve ao programa.


Por falar em mais leve, não foram só o cenário e as vinhetas que passaram por essa mudança não. Os jurados, é claro, estão bem mais amenos em suas críticas e procuraram entender o lado das crianças e funcionaram mais como professores, ou tios que dão conselhos e consolam nos momentos tristes. 

Essa fofura dos jurados chamou bastante atenção e tem gente criticando isso. Eu entendo que o tom adotado por eles cause, sim, uma estranheza a princípio, mas não seria humano que eles adotassem a mesma postura que adotam com os adultos ao tratar com crianças. Esse tom mais meigo, apesar de positivo, em alguns momentos, soou um pouco forçado, mas tenho certeza de que isso vai se ajustar ao longo dos episódios.

Jacquin foi eleito o mais fofo entre os jurados pelas crianças. E elas têm muita razão, né? <3


A edição, como já foi citado, continua maravilhosa e aproveitando o que há de melhor: os perfis dos participantes e dos jurados. O time de crianças que vai competir, como Ana Paula Padrão (que continua sendo ela mesma, mas agindo mais como uma mãezona e tentando acalmar os nervos dos participantes em vez de só ficar os atazanando com a contagem do tempo) , certamente, falará infinitas vezes ao longo desta temporada, pelo título de primeiro MasterChef Júnior do Brasil, é maravilhoso. 

Que coisas fofas!


Crianças de todos os tipos, das mais fofinhas e geradoras de memes às mais choronas e mimadas, mas todas chamaram atenção não só pelo talento incrível na cozinha, que deixou muito adulto, inclusive eu, morrendo de inveja, mas também por terem realmente um jeito de criança e esbanjarem meiguice nas nossas telas.

Infelizmente, o nosso país ainda possui pessoas com o pensamento horrendo e nojento de tratar crianças como mulheres e sexualizá-las, o que se refletiu em alguns comentários feitos sobre o programa. A participante Valentina, de apenas 12 anos, foi alvo de comentários pedófilos.
Essa situação indignante reflete um aspecto horrendo de nossa cultura, que apesar de ser bastante combatido, ainda permanece na mentalidade de algumas pessoas horrendas.

Jacquin ajudando Valentina durante uma prova.

A edição do programa foi super-respeitosa com a imagem das crianças, os pais até foram convidados para assistirem às primeiras provas (o que acabou atrapalhando mais do que ajudando as crianças, já que os pais estavam até mais histéricos do que elas, mas rendeu situações engraçadas), e, em nenhum momento, estimulou esse tipo pensamento.


É, fazer um programa desse tipo com crianças é complicado e merece todos os cuidados possíveis e impossíveis. Não sei se a Band está pronta para encarar esse desafio, que é ainda mais difícil em nosso país, e tomar todas as providências e cautelas necessárias, mas isso veremos ao longo da temporada, que teve, do ponto de vista artístico, uma ótima estreia. Agora, basta só corrigir alguns exageros e seguir o bom ritmo do primeiro episódio.

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

TOP 5: Cinco elementos da primeira fase de Além do Tempo que deixarão muitas saudades


Como todo mundo já sabe, hoje, finalmente, depois de muitos esticamentos, devido ao problema de saúde de Alinne Moraes, a mocinha da novela, houve a passagem de tempo em Além do Tempo (gente, e que capítulo foi esse? Estou sem respirar até agora!), e os personagens, no maior estilo “de volta para o futuro”, se transportaram do século XIX direto para o dia 21 de outubro de 2015.



Ou seja, a linda novela de época que tanto nos encantou já se transformou em uma trama atual.

Ousado, né? Acho que vai ser muito legal acompanhar a trajetória desses personagens em uma vida nova, onde terão uma segunda chance para consertar os erros do passado, mas resta a dúvida se a autora, Elizabeth Jhin, conseguirá criar uma história tão cativante quanto a anterior.

Mas, é claro, que a primeira fase da novela deixará muuuuuuuuuuuitas saudades, e o nosso TOP 5 de hoje será, justamente, com os cinco elementos  que sentiremos mais falta devido a essa mudança de épocas na novela.

5º LUGAR: Figurinos e cenários de época

Não preciso nem falar muito, né?

Apesar de serem muito incômodos para os atores, principalmente em tempos de calor, os figurinos da primeira fase de Além do Tempo deram um verdadeiro show e encheram os nossos olhos, nos transportando a um clima bem de época antiga mesmo.


Os cenários, então, transmitem a nós, telespectadores, um encantamento incrível. O que falar do convento onde Lívia morava e da mansão da Condessa?



4º Lugar: Costumes da época

Sem sombra de dúvidas, os costumes e tradições da época onde a novela era ambientada davam uma ajuda à autora nos rumos que ela dava à história dos personagens.

A obsessão de Bianca (Flora Diegues) por se casar é bem engraçada e coerente com a sociedade da época, mas não renderia muito em uma trama atual, o drama de Anita (Letícia Persilles), que foi enganada por Roberto (Rômulo Estrela) e acabou engravidando dele ganhou um toque a mais pelo fato de a novela se passar no século XIX e o romance de Gema (Louise Cardoso) e Raul (Val Perré) também ganha contornos dramáticos devido ao contexto social da época.

A deslumbrada Bianca, um ótimo papel da estreante Flora Diegues.

Saber usar os elementos de nossa vida atual a favor de sua “nova” história será um grande desafio da autora.



3º LUGAR: O núcleo da cozinha do casarão da Condessa

Que a condessa é uma personagem maravilhosa disso todo mundo sabe, mas algo que ajudou e muito no desenrolar dessa personagem são os empregados que a cercam, e o ponto de encontro deles é, justamente, a cozinha do casarão.

É lá onde Zilda (Nívea Maria), a chefe dos empregados dava as ordens e os carões aos outros e é onde estouraram os maiores barracos, confusões e fofocas, envolvendo personagens ótimos (interpretados por atores tão ótimos quanto), que não funcionavam apenas como empregados na história da novela, como Rosa (Carolina Kasting), Anita (Letícia Persiles), Raul (Val Perré), Pedro (Emílio Dantas), Afonso (Caio Paduan) e Bento (Luiz Carlos Vaconcelos).

Carolina Kasting vive um bom momento de sua carreira como a cozinheira Rosa.

2º LUGAR: O mau humor e o recalquinho de Zilda (Nívea Maria)



Falando em empregados, é impossível não citar Zilda, a governanta da casa.

Como é a empregada de mais confiança da Condessa e maior confidente dela, ela se acha no direito de menosprezar e humilhar os outros funcionários do casarão, o que gerou cenas ótimas de Nívea Maria, que vem esbanjando talento.

Melhor do que ver Zilda humilhando os outros foi vê-la possuída pelo espírito do recalquinho quando a Condessa passou a preferir ficar sobre os cuidados de Lívia (Alinne Moraes).

Na nova fase, Zilda será mãe de Felipe (Rafael Cardoso), Afonso (como já era na primeira fase) e Severa (Dani Barros) e, agora, ela será cunhada da Condessa (que não vai ser mais condessa, ai, vai ser muito difícil se desacostumar!), ou seja, a relação das duas ainda dará muito pano pra manga.

1º LUGAR: Condessa Vitória Castelini (Irene Ravache)


Ai, a Condessa! Que personagem maravilhosa!!!!!!!!!

Ela é vilã? Ela é protagonista? Ela é boa? Ela é má?

Não, ela é, simplesmente, a personagem que vai contra qualquer estereótipo e conquistou os nossos corações para sempre.

Apresentada, primeiramente, como a malvadona da novela, com o passar dos capítulos, ela foi se mostrando uma personagem cheia de nuances e mostrou que suas maldades têm motivos para acontecer e sua amargura também, foi a vida que a fez ficar assim.

E aquele seu jeito ríspido e irônico que deixa qualquer pessoa com o rabinho entre as pernas? Maravilhoso, né?

E que cena final foi aquela da Condessa? Muito boa, muito bem dirigida!

Na segunda fase, Vitória será uma empresária falida, que volta à cidade e tem o desafio de se reencontrar com a filha que abandonou (Emília – Ana Beatriz Nogueira, outra atriz maravilhosa). Vishhhh, então, as tretas entre as duas continuam, para o bem da novela, é claro!

O capítulo de hoje seguiu bem o que a equipe da novela prometeu antes de ela estrear. Foi, sim, um último capítulo e um dos melhores e mais emocionantes da história da TV. A cena da morte de Lívia e Felipe afogados na cachoeira se misturando a um diálogo deles lá do inicio da novela e com as águas se fundindo às cenas atuais, tudo isso embalado por uma música linda (Together, do The xx), foi de tirar o fôlego.


É claro que toda essa empreitada de dar continuidade a uma novela mostrando  a outra vida dos personagens é bem arriscada, mas do jeito como esse “último capítulo” foi construído, deixando brechas nas relações dos personagens, posso dizer que essa segunda fase promete muito e que o público está bem ansioso para acompanhá-la, mas também muito exigente, já que a primeira fase nos deixou mal acostumados.


Agora só nos resta acompanhar e torcer para que a autora, o diretor (Rogério Gomes) e toda a equipe se empenhem nessa “nova novela” do mesmo jeito que se empenharam na anterior.




terça-feira, 20 de outubro de 2015

I Love Paraisópolis, a novela que mais parece um programa de esquetes de humor




Estou feliz que falta menos de um mês para I Love Paraisópolis terminar. Isso significa que eu não gosto da novela ou que ela seja ruim?

Não, pelo contrário, eu gosto muito da atual trama das sete, e ela cumpre muito bem a sua principal missão, que é divertir o público de uma forma leve. É tanto que é a maior audiência do horário desde 2013.

Mas acontece que, com o passar dos capítulos, a trama principal da novela (a história de Marizete - Bruna Marquezine -, Benjamim  - Maurício Destri -, Grego  - Caio Castro – e Margot - Maria Casadevall -), no início muito boa, já faz tempo que se arrasta lentamente, sem sofrer grandes viradas. Para se ter ideia, o casal principal já até se casou, o que é legal, porque vai contra o clichê de que o casal só pode se casar no último capítulo, mas, por outro lado, isso em nada acrescentou na trama.



Então, do que sobrevive essa novela, que ainda marca bons índices de audiência (não tão altos como no início, mas ainda bons)?

Na verdade, I Love virou um BOM “programa de esquetes de humor”, algo que está em falta na TV aberta. Como assim uma novela virou um programa de humor?

É que, sem contar com uma boa história folhetinesca, I Love apresenta uma sucessão de acontecimentos engraçados, que vão se repetindo, se alternando e se alterando com o passar dos capítulos. Sem compromisso nenhum com a realidade, os autores voam na imaginação e levam o público junto nessa viagem. Nas últimas semanas, por exemplo, Expedito (José Dumont), que passou a novela inteira com medo de morrer, em uma sequência de cenas hilárias, morreu e, depois de fazer uma boa ação, ganhou o direito de ressuscitar, e Omara (Priscila Marinho) foi jogada no mar pelos capangas de Dom Peppino (Lima Duarte) com um balde de cimento amarrado nas pernas para que ela morresse afogada. A cena do afogamento de Omara foi foifinha, apesar de se tratar de um assassinato planejado pela máfia, sendo mostrada de um jeito mega engraçado, que combinou com o tom nonsense que vem sendo dado à novela: enquanto a personagem se afogava, peixinhos feitos por animação gráfica cercavam o corpo dela e, no final da cena, após dar um beijo em um peixe estilo Nemo, a atriz olha para a câmera, dá uma piscadinha e acena um tchauzinho.



Outros exemplos desse tom imaginativo que a novela tem são as cenas do núcleo do salão de beleza, que sempre são introduzidas por uma vinhetinha que apresenta as cabelereiras como heroínas de histórias de quadrinhos e os efeitos sonoros e visuais (onomatopeias) nas cenas de brigas.

Na verdade, I Love Paraisópolis se tornou uma boa opção para aquelas pessoas que, depois de um dia cansativo, querem apenas se divertir sem ter que pensar muito com histórias elaboradas. Ou seja, se você quer assistir a uma novela sem aquele compromisso de ter que acompanhá-la, religiosamente, todos os dias, I Love é a opção certa.


Só que as cenas não seriam tão divertidas se a novela não contasse com um elenco tão talentoso. Letícia Spiller (Soraya), Nicette Bruno (Izabelita), Caroline Abras (Ximena), Lucy Ramos (Patrícia), Frank Menezes (Júnior), Fabíula Nascimento (Paulucha), Alexandre Borges (Juju), Soraya Ravenle (Eva), Gil Coelho (Lindomar), Carolina Oliveira (Natasha), André Loddi (Paletó), Mariana Xavier (Claudete), José Dumont (Expedito), Ilana Kaplan (Silvéria), Luana Martau (Mrela), Priscila Marinho (Omara), Olívia Araújo (Melodia), Tatá Werneck (Danda), Dani Ornellas (Deodora), Zezeh Barbosa (Dália), Paula Barbosa (Olga), Maureen Miranda (Ester), Paula Cohen (Rosicler), Alice Borges (Tinoca), Babu Santana (Javai) são alguns dos destaques do elenco, além, é claro, dos quatro protagonistas já citados, que, apesar de tudo, seguram bem seus personagens.

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

TOP 5: os professores mais marcantes da história de Malhação

Hoje, 15 de outubro, é o dia daquelas pessoas que dedicam toda uma vida a transmitir conhecimentos para os outros, mas que, infelizmente, não são devidamente valorizados no nosso país. Sim, estou falando dos professores. E, aproveitando esse dia, o TOP 5 de hoje vai relembrar os professores mais marcantes de toda a história de Malhação. Como a novelinha, na maioria de suas temporadas, foca no cotidiano escolar, muitos professores já passaram por lá e se tornaram tão queridinhos pelo público quanto os personagens jovens.

Então, vamos começar o nosso ranking!

5º LUGAR: Marcela (Danielle Winits), temporada 2012.



Marcela, a princípio, era o típico estereótipo da professora de educação física bonitona que mexe com o imaginário dos alunos, ou seja, mais um personagem de gostosona feita por Danielle Winits. Mas, logo, o público percebeu que a personagem era muito mais que isso.

Assim como a maioria dos outros personagens criados por Rosane Svartaman e Glória Barreto para essa temporada, Marcela extrapolava os estereótipos e era uma personagem cativante, dando à atriz a possibilidade de mostrar um lado seu que o público ainda não conhecia.

Mãe solteira, lutava para criar sozinha o filho rebelde que a culpava pela morte do pai e ainda encontrava tempo de aconselhar os seus alunos.

Infelizmente, Marcela teve que sair mais cedo da novelinha, porque Dani Winits havia sido escalada para a próxima novela das nove (Amor à Vida). Mas pior do que isso foi a desculpa que as autoras encontram para explicar a ausência da personagem: Marcela foi atropelada pela gangue de bandidos da novela ao tentar salvar Lia (Alice Correa), sua aluna e também enteada. 



A cena da morte de Marcela foi uma das coisas mais sem sentido que aconteceu nessa temporada, e o público perdeu Dani Winits fazendo uma boa personagem em detrimento de uma personagem chatíssima e louquíssima na novela do Walcyr.

Atualmente, Danielle se especializou em assustar a todos com suas maquiagens.

4º LUGAR: Linda (Giselle Tigre), temporadas de 2000 a 2002:



Professora de geografia, estreou de mansinho na temporada de 2000 como tia da protagonista e mãe da vilâzinha. Mas, como o casalzinho jovem dessa temporada não chamou a atenção do público, o romance da professorinha com Afonso, professor de história viúvo e também pai de adolescentes, roubou a cena e se tornou um dos mais marcantes da história da novelinha.



Depois de um tempo namorando, Linda e Afonso foram morar juntos no maior estilo "os meus, os seus e os nossos", e a casa dos dois era protagonista de grandes confusões. Ao longo das temporadas em que participaram, Linda e Afonso passaram por vários problemas tanto com os alunos no colégio quanto com os seus filhos em casa.



Apesar da participação marcante em Malhação, Giselle Tigre não conseguiu manter uma carreira ascendente na televisão. Depois da Linda, o único personagem que chamou alguma atenção foi em Amor e Revolução, do SBT, em 2011, já que ela protagonizou o primeiro beijo lésbico em uma novela brasileira.

O trabalho mais recente de Giselle foi na novelinha Gaby Estrella, do Gloob.

3º LUGAR: Afonso (Giuseppe Oristanio), temporadas de 2000 a 2002.




Como já citamos aqui, Afonso era um professor de história viúvo e pai de três rapazes, dentre eles, o lendário Cabeção (Sérgio Hondjakoff), que conseguiu o feito de participar de seis temporadas seguidas da Malhação.

Além do que já foi citado, Afonso chamou a atenção por ser um professor mais moderninho, que usava estratégias diferentes para passar o conteúdo para os alunos de uma forma mais agradável, algo que, sem dúvida, deveria servir de exemplo para todos os professores da vida real.

Giuseppe foi para a Record e está lá até hoje, onde vem executando um ótimo trabalho em Os Dez Mandamentos, provando que é um ator versátil e muito bom.



2º LUGAR: Pasqualete (Nuno Leal Maia), temporadas de 1999 a 2000 e de 2003 a 2005.



Pasqualete era o diretor do Múltipla Escolha e foi ele o responsável por fazer a transição de fases em Malhação, ou seja, ele foi o personagem que comprou a academia que dava nome à novelinha para construir um colégio.

Pasqualete era professor de português e só tinha pose de durão, mas, por dentro, era um grande brincalhão. Careca e cheio de excentricidades, sempre foi alvo de piadinhas por parte dos alunos.


Os momentos mais hilários do personagem foram quando ele resolveu usar uma peruca, quando ele ia para os campeonatos esportivos promovidos pelo colégio vestido a caráter como se fosse ele que ia jogar e não os alunos e também a sua relação com a hilária Dona Vilma (Bia Montez).

1º LUGAR: Afrânio (Charles Paraventi), temporadas de 2001 a 2007.



Sem dúvidas, o excêntrico professor de biologia foi o mais marcante da história da novelinha, basta ver a quantidade de temporadas que ele participou: foram 7 anos consecutivos como professor do Múltipla Escolha, um recorde incrível alcançado pelo ator Charles Paraventi, que, ao longo de sua participação na novelinha, se envolveu com drogas, gerando bastante polêmica na vida real.

Mas os problemas do ator na vida real, não atrapalharam o sucesso do personagem que chamava atenção por seu jeito brincalhão com os alunos e sua forma cantada de passar o conteúdo a eles.


A amizade de Afrânio com os alunos era tão grande que ele foi até morar na famosa república por um tempo.

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Temporada atual de Malhação continua andando em círculos e prova que é chata pra caramba

Eu sou completamente contra julgar uma novela ou qualquer outro tipo de programa de TV apenas pelos primeiros dias de exibição, por isso, fui um dos defensores da nova temporada de Malhação, intitulada de Seu Lugar no Mundo.

Seu Lugar na Chatice!

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O primeiro capítulo da trama foi meio morno, dramático demais e aquela câmera nervosa fazia a novelinha parecer tudo menos Malhação, mas achei que isso fizesse parte do estilo do autor que preferiu apresentar os seus personagens aos poucos para depois esquentar sua trama.

O tempo passou e até que foram acontecendo algumas coisas interessantes: aquele debate sobre os uniformes, apesar de ter se arrastado por infinitos capítulos, foi legal, aquele lance do beijaço no pátio do colégio também deu uma agitada na trama e foi um jeito diferente de rolar os primeiro beijo entre os protagonistas e a cena do atropelamento da Ciça (Júlia Konrad) foi muito bem dirigida e foi legal o autor fazer mistério sobre quem estava dirigindo o carro.

Só que mais capítulos foram passando, e a trama, simplesmente, se tornou um marasmo, girando em torno apenas do drama de Ciça, que ficou paraplégica depois do acidente e ainda mais chata e sonsa e o que era pra ter sido um acontecimento que mexesse com a novela e a tornasse mais interessante de ser acompanhada pelo público acabou tornando essa temporada de Malhação uma das mais insuportáveis de se acompanhar.

Além da história chata, a maioria dos personagens são sem carisma e com personalidades completamente mal elaboradas, nem se os melhores atores tivessem sido escalados para esses papéis, eles teriam salvação.

Ciça, apesar da boa interpretação da atriz Júlia Konrad, é uma personagem de construção completamente inaceitável, pois foi apresentada como uma jovem rebelde que largou o colégio para viver de música com o namorado e sofre ao perdê-lo, mas se tornou, sem nenhuma explicação, uma víbora sonsa capaz de fazer as maiores maldades às escondidas. Já Alina (Pamela Tomé, também uma boa revelação desta temporada), que era pra ser mais uma daquelas tradicionais vilãs da Malhação, acabou perdendo a utilidade na trama e, juntamente com Roger (Breno Leone) e Luan (Vitor Novello), que também são personagens que poderiam gerar bons frutos desde que fossem bem aproveitados, só servem para reacender a chama da dúvida sobre quem atropelou Ciça toda vez que aparecem.

O casal de protagonistas, Luciana (Marina Moschen) e Rodrigo (Nicholas Prates) são muito sem graça, dá vontade de dormir toda vez que eles aparecem, principalmente por conta de Rodrigo, que é um bobão e acredita em tudo que Ciça fala. Por falar em bobão, tem o Uodson , primeiro personagem de Lucas Lucco, que está bem no papel, que, a princípio era interessante, mas por conta das repetitivas cenas dele levando patada atrás de patada da Ciça e, mesmo assim, continuando a fazer todas as vontades dela, o personagem se tornou mais um elemento chato da novela.



Mas nada nessa Malhação tem salvação? Bom, o casalzinho Lívia (Giulia Costa) e Felipe (Francisco Vitti) é até legal, e a história do misterioso jovem Henrique (Thales Calvacanti), que é portador de HIV, e o machismo do personagem BB (Paulo Hebron) ainda podem gerar bons momentos, desde que sejam abordados de forma correta. A trilha sonora também é muito boa, que pena que embalam cenas tão sonolentas e muitas vezes não combina com elas.

E quanto aos adultos? Bom, as histórias dos núcleos adultos também são bem chatas e clichês. Só Solange Couto com sua ótima Vanda merece algum destaque.
É bem triste lembrar que essa temporada foi concebida pra ser uma homenagem aos 20 anos do folheteen. Na verdade, o recurso usado pelo autor para fazer essa “homenagem” é repetir situações que marcaram as temporadas antigas de malhação: dois professores (Ana - Juliana Knust - e Rubem - Murilo Rosa - ) que namoram e passam a viver juntos, tendo que lidar com os filhos, a mãe e o ex dela, lembra muito a história de Linda (Gisele Tigre) e Afonso (Giuseppe Oristiano), lá na temporada de 2000, que fizeram tanto sucesso que ficaram até 2002, jovens rebeldes que causam um acidente que deixa alguém vitimado lembra o acidente de Fabrício (Pedro Nercesian) que o pessoal da Vagabanda acabou causando lá em 2004 e por aí vai. Só que a forma que o autor escolheu para fazer a releitura desses fatos foi a pior possível, pois tudo é colocado na trama de uma forma forçada e repetido milhares de vezes.
Se era pra homenagear os 20 anos de Malhação, pois que se inspirassem, por exemplo, no bom humor de Cabeção (Sérgio Hondjkoff) que deixava a gente morrendo de rir com as situações mais banais e inocentes, no amor forte de Júlia (Juliana Silveira) e Pedro (Henri Castelli), que lutavam contra as armações da vilã Thaíssa (Bárbara Borges), que era louquíssima e nada sonsa, diferente de Ciça e nas armações da galera da Vagabanda. Outra coisa legal seria relembrar os locais que marcaram época na novelinha: imagina o impacto que seria se em pleno ano de 2015, os personagens de Malhação voltassem a frequentar o colégio Múltipla Escolha, o Clube e o Giga Byte, claro que todos adaptados à nova realidade dos jovens brasileiros.


Seria bem melhor do que simplesmente repetir situações clichês de uma forma totalmente sem sal como essa temporada vem fazendo. Do que adianta ter efeitos de câmera chiques se isso não vem casado perfeitamente com o roteiro e o desenvolvimento dos personagens?     

Saudades Perina!