Estou feliz que falta menos de um mês para I Love
Paraisópolis terminar. Isso significa que eu não gosto da novela ou que ela
seja ruim?
Não, pelo contrário, eu gosto muito da atual trama das sete,
e ela cumpre muito bem a sua principal missão, que é divertir o público de uma
forma leve. É tanto que é a maior audiência do horário desde 2013.
Mas acontece que, com o passar dos capítulos, a trama
principal da novela (a história de Marizete - Bruna Marquezine -, Benjamim - Maurício Destri -, Grego - Caio Castro – e Margot - Maria Casadevall -),
no início muito boa, já faz tempo que se arrasta lentamente, sem sofrer grandes
viradas. Para se ter ideia, o casal principal já até se casou, o que é legal,
porque vai contra o clichê de que o casal só pode se casar no último capítulo,
mas, por outro lado, isso em nada acrescentou na trama.
Então, do que sobrevive essa novela, que ainda marca bons
índices de audiência (não tão altos como no início, mas ainda bons)?
Na verdade, I Love virou um BOM “programa de esquetes de
humor”, algo que está em falta na TV aberta. Como assim uma novela virou um
programa de humor?
É que, sem contar com uma boa história folhetinesca, I Love
apresenta uma sucessão de acontecimentos engraçados, que vão se repetindo, se
alternando e se alterando com o passar dos capítulos. Sem compromisso nenhum
com a realidade, os autores voam na imaginação e levam o público junto nessa
viagem. Nas últimas semanas, por exemplo, Expedito (José Dumont), que passou a
novela inteira com medo de morrer, em uma sequência de cenas hilárias, morreu
e, depois de fazer uma boa ação, ganhou o direito de ressuscitar, e Omara (Priscila
Marinho) foi jogada no mar pelos capangas de Dom Peppino (Lima Duarte) com um
balde de cimento amarrado nas pernas para que ela morresse afogada. A cena do
afogamento de Omara foi foifinha, apesar de se tratar de um assassinato
planejado pela máfia, sendo mostrada de um jeito mega engraçado, que combinou
com o tom nonsense que vem sendo dado à novela: enquanto a personagem se
afogava, peixinhos feitos por animação gráfica cercavam o corpo dela e, no
final da cena, após dar um beijo em um peixe estilo Nemo, a atriz olha para a
câmera, dá uma piscadinha e acena um tchauzinho.
Outros exemplos desse tom imaginativo que a novela tem são
as cenas do núcleo do salão de beleza, que sempre são introduzidas por uma
vinhetinha que apresenta as cabelereiras como heroínas de histórias de
quadrinhos e os efeitos sonoros e visuais (onomatopeias) nas cenas de brigas.
Na verdade, I Love Paraisópolis se tornou uma boa opção para
aquelas pessoas que, depois de um dia cansativo, querem apenas se divertir sem
ter que pensar muito com histórias elaboradas. Ou seja, se você quer assistir a
uma novela sem aquele compromisso de ter que acompanhá-la, religiosamente,
todos os dias, I Love é a opção certa.
Só que as cenas não seriam tão divertidas se a novela não
contasse com um elenco tão talentoso. Letícia Spiller (Soraya), Nicette Bruno
(Izabelita), Caroline Abras (Ximena), Lucy Ramos (Patrícia), Frank Menezes
(Júnior), Fabíula Nascimento (Paulucha), Alexandre Borges (Juju), Soraya
Ravenle (Eva), Gil Coelho (Lindomar), Carolina Oliveira (Natasha), André Loddi
(Paletó), Mariana Xavier (Claudete), José Dumont (Expedito), Ilana Kaplan
(Silvéria), Luana Martau (Mrela), Priscila Marinho (Omara), Olívia Araújo
(Melodia), Tatá Werneck (Danda), Dani Ornellas (Deodora), Zezeh Barbosa
(Dália), Paula Barbosa (Olga), Maureen Miranda (Ester), Paula Cohen (Rosicler),
Alice Borges (Tinoca), Babu Santana (Javai) são alguns dos destaques do elenco,
além, é claro, dos quatro protagonistas já citados, que, apesar de tudo,
seguram bem seus personagens.
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