terça-feira, 20 de outubro de 2015

I Love Paraisópolis, a novela que mais parece um programa de esquetes de humor




Estou feliz que falta menos de um mês para I Love Paraisópolis terminar. Isso significa que eu não gosto da novela ou que ela seja ruim?

Não, pelo contrário, eu gosto muito da atual trama das sete, e ela cumpre muito bem a sua principal missão, que é divertir o público de uma forma leve. É tanto que é a maior audiência do horário desde 2013.

Mas acontece que, com o passar dos capítulos, a trama principal da novela (a história de Marizete - Bruna Marquezine -, Benjamim  - Maurício Destri -, Grego  - Caio Castro – e Margot - Maria Casadevall -), no início muito boa, já faz tempo que se arrasta lentamente, sem sofrer grandes viradas. Para se ter ideia, o casal principal já até se casou, o que é legal, porque vai contra o clichê de que o casal só pode se casar no último capítulo, mas, por outro lado, isso em nada acrescentou na trama.



Então, do que sobrevive essa novela, que ainda marca bons índices de audiência (não tão altos como no início, mas ainda bons)?

Na verdade, I Love virou um BOM “programa de esquetes de humor”, algo que está em falta na TV aberta. Como assim uma novela virou um programa de humor?

É que, sem contar com uma boa história folhetinesca, I Love apresenta uma sucessão de acontecimentos engraçados, que vão se repetindo, se alternando e se alterando com o passar dos capítulos. Sem compromisso nenhum com a realidade, os autores voam na imaginação e levam o público junto nessa viagem. Nas últimas semanas, por exemplo, Expedito (José Dumont), que passou a novela inteira com medo de morrer, em uma sequência de cenas hilárias, morreu e, depois de fazer uma boa ação, ganhou o direito de ressuscitar, e Omara (Priscila Marinho) foi jogada no mar pelos capangas de Dom Peppino (Lima Duarte) com um balde de cimento amarrado nas pernas para que ela morresse afogada. A cena do afogamento de Omara foi foifinha, apesar de se tratar de um assassinato planejado pela máfia, sendo mostrada de um jeito mega engraçado, que combinou com o tom nonsense que vem sendo dado à novela: enquanto a personagem se afogava, peixinhos feitos por animação gráfica cercavam o corpo dela e, no final da cena, após dar um beijo em um peixe estilo Nemo, a atriz olha para a câmera, dá uma piscadinha e acena um tchauzinho.



Outros exemplos desse tom imaginativo que a novela tem são as cenas do núcleo do salão de beleza, que sempre são introduzidas por uma vinhetinha que apresenta as cabelereiras como heroínas de histórias de quadrinhos e os efeitos sonoros e visuais (onomatopeias) nas cenas de brigas.

Na verdade, I Love Paraisópolis se tornou uma boa opção para aquelas pessoas que, depois de um dia cansativo, querem apenas se divertir sem ter que pensar muito com histórias elaboradas. Ou seja, se você quer assistir a uma novela sem aquele compromisso de ter que acompanhá-la, religiosamente, todos os dias, I Love é a opção certa.


Só que as cenas não seriam tão divertidas se a novela não contasse com um elenco tão talentoso. Letícia Spiller (Soraya), Nicette Bruno (Izabelita), Caroline Abras (Ximena), Lucy Ramos (Patrícia), Frank Menezes (Júnior), Fabíula Nascimento (Paulucha), Alexandre Borges (Juju), Soraya Ravenle (Eva), Gil Coelho (Lindomar), Carolina Oliveira (Natasha), André Loddi (Paletó), Mariana Xavier (Claudete), José Dumont (Expedito), Ilana Kaplan (Silvéria), Luana Martau (Mrela), Priscila Marinho (Omara), Olívia Araújo (Melodia), Tatá Werneck (Danda), Dani Ornellas (Deodora), Zezeh Barbosa (Dália), Paula Barbosa (Olga), Maureen Miranda (Ester), Paula Cohen (Rosicler), Alice Borges (Tinoca), Babu Santana (Javai) são alguns dos destaques do elenco, além, é claro, dos quatro protagonistas já citados, que, apesar de tudo, seguram bem seus personagens.

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