quarta-feira, 25 de novembro de 2015

O 11º mandamento da Record é não respeitarás o teu público



Nessa segunda-feira, a Record exibiu, de uma forma meio aperreada, o “último capítulo” de seu grande sucesso, Os Dez Mandamentos (ODM).

Para se ter uma ideia, até, mais ou menos, quarta-feira da semana passada, o público não sabia quando a novela iria acabar. Até que foi anunciado que o fim da primeira temporada seria exibido na segunda-feira, 23 de novembro e, até lá, os capítulos da novela vinham sendo exibidos sem aquele ar característico de final de novela.

Na verdade, tudo isso é reflexo da falta de planejamento da emissora. ODM vinha atingindo números de audiência cada vez mais expressivos, e a Record, é claro, arregalou os olhos diante do sucesso e do lucro atingido pela novela. Se dependesse dos executivos da emissora, a saga de Moisés não acabaria nunca, mas e o respeito pelo público onde fica nisso tudo?

Outra grande prejudicada pela ganância da emissora foi a qualidade geral do produto. Para segurar a audiência, a direção da trama tinha que esticar cada vez mais os capítulos para gerar mais ansiedade em torno dos momentos importantes, e isso fazia com que cenas irrelevantes fossem ao ar e com que os capítulos fossem gravados às pressas, quase que no mesmo dia em que seriam exibidos.

Como todos esses problemas já estavam ficando visíveis aos olhos dos telespectadores e gerando apreensão na equipe da novela, além dos problemas contratuais com o elenco, a emissora resolveu, de última hora, transformar ODM em uma trama com duas temporadas. Então, o “último capítulo” exibido nessa segunda foi só uma desculpa para disfarçar essa falta de planejamento.

Os Dez Mandamentos possui uma história linda, e Vivian de Oliveira conseguiu torná-la atraente para o formato de telenovela, por isso, a novela conquistou tantos fãs, mas o amadorismo da emissora acabou a prejudicando e muito. Imagina o quão mais impactante e ágil ODM poderia ter sido se a Record tivesse seguido o seu cronograma inicial, em vez de ter sugado o sucesso da novela como fez.




É normal uma emissora esticar uma novela que faz sucesso, mas daí adiar o seu fim e transformá-la em uma novela de temporadas, já é demais, né? A Globo, por exemplo, neste ano, alcançou um sucesso incrível com Verdades Secretas, e tinha muita gente nas redes sociais, pedindo que a emissora fizesse uma segunda temporada da trama, mas a Globo sabe respeitar os formatos de seus programas e sabe que novela é novela e não tem isso de ficar prorrogando o seu fim, não.




O elenco de Os Dez Mandamentos também merece aplausos, principalmente, por sobreviver às loucuras da emissora, mas já teve gente pedindo pra sair e não renovando seu contrato. ODM serviu para coroar a carreira de muitos atores, como Adriana Garambone (Yunet), Vera Zimmerman (Henutimire), Giuseppe Oristanio (Paser), Renato Livera (Simut), Denise Del Vecchio (Joquebede), Larissa Maciel (Miriã), Petrônio Gontijo (Arão), Guilherme Winter (Moisés), Giselle Itié (Zípora) e Camila Rodrigues (Nerfetari).

Guiliherme Winter deu vida ao salvador Moisés.


Por se tratar de uma trama da Record, ninguém sabe ao certo quando estreia a segunda temporada de Os Dez Mandamentos, mas não deve passar de março, enquanto isso, a Record segue sugando o sucesso da novela, que deve ter um filme feito com suas cenas, lançado nos cinemas em fevereiro.

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

O que falar dessa nova fase de Além do Tempo?

Palaaaaaaaaaaaaaavras...

Muito tem se falado sobre a nova fase de Além do Tempo. Tem gente mais extremista falando por aí que a empreitada de Elizabeth Jhin de dar um salto de 150 anos em uma novela, mostrando outra vida dos personagens, está fracassando.

Gente, por favor, né? Ainda não faz nem um mês que a nova fase começou.

É fato que a novela perdeu o fôlego com o decorrer da nova fase, mas isso não quer dizer que a novela esteja ruim ou que a ousadia da autora tenha dado errado.

Elizabeth Jhin teve uma ideia muito ousada e mostrou força em insistir em continuar com a sua empreitada, mesmo com o sucesso estrondoso da primeira fase.

Elizabeth Jhin

É normal que o público torça o nariz perante uma mudança tão brusca, mas também é bom dizer que a queda de audiência da nova fase nem foi tão grande quanto alguns sites estão divulgando e que a fase anterior também passou por um período de menor audiência e de marasmo, antes de explodir com aquelas sequências maravilhosas que foram exibidas do meio para o fim.

A atual fase tem como trunfo, justamente, o link feito com a vida passada dos personagens. Aquela mistura entre as falas atuais e os diálogos bombásticos da outra fase, apesar de soar exagerada em alguns momentos, gera um impacto legal com o público e as novas situações criadas geram curiosidade e continuam sendo muito bem amarradas pela autora. Agora, só falta ela jogar um pouquinho mais de pimenta nesse caldeirão e desenrolar logo essas tramas maravilhosas que ela criou.



Outra coisa que também vem chamando a atenção do público é que alguns personagens que tinham mais destaque na fase anterior, como é o caso do  maravilhoso casal Mássimo (Luís Melo) e Salomé (Inês Peixoto), infelizmente, vêm aparecendo menos agora, mas, por outro lado, os maravilhosos Luiz Carlos Vasconcelos (Bento), Júlia Lemmertz (Doroteia) e Carolina Kasting (Rosa) estão tendo chance de brilhar ainda mais nessa nova fase.


Bom, apesar do ritmo lento,  Além do Tempo continua sendo uma novela deliciosa de se acompanhar e a história de Emília (Ana Beatriz Nogueira) e Vitória (Irene Ravache), que, agora, são mãe e filha, ainda promete render muito, assim como a do quarteto Lívia (Alinne Moraes), Felipe (Rafael Cardoso), Melissa (Paola Oliveira) e Pedro (Emílio Dantas).


terça-feira, 17 de novembro de 2015

Xuxa mirou em uma convidada legal, mas acertou em uma Anitta enjoada




Bom, todo mundo sabe que Xuxa vem encontrando dificuldades para consolidar o seu programa na Record. Na verdade, a apresentadora vem testando vários formatos e atrações para ver qual agrada mais o público.

Nas últimas edições, o programa até que vem acertando em suas pautas, e Xuxa, que estava meio apagadinha e insegura, talvez, por conta das várias críticas que vinha recebendo e pelo processo de adaptação à nova emissora, agora, está mais soltinha e rendendo mais em suas entrevistas, querendo arrancar mais declarações dos convidados.

O programa de ontem começou bem, mostrando uma matéria de Xuxa nos bastidores de Os Dez Mandamentos, com uma vibe bem Vídeo Show. Xuxa até se vestiu de hebreia e, no palco de seu programa, abriu o Mar Vermelho e recebeu um monte de atores do folhetim, que foram convidados a se acomodarem na plateia e participarem de algumas brincadeiras, que mais lembraram o falecido e saudoso Boa Noite, Brasil, que Gilberto Barros apresentava na Band.

Até aí, tava tudo muito bom, tudo muito bem, e o programa estava divertido de se acompanhar. Até que Xuxa anuncia a “grande convidada” da noite, a cantora Anitta. Confesso que eu, como telespectador, fiquei empolgado e pensei: “Oba! A Anitta sempre rende em programas de entrevistas, porque ela sempre se dispõe a responder a todas as perguntas e a participar de todas as brincadeiras”. Pois é, parece que eu dei com os burros n’água.

Anitta entrou no palco do programa sendo carregada por figurantes vestidos de soldados egípcios, no maior estilo Cleópatra, dando continuidade ás homenagens à novela Os Dez Mandamentos. A cantora já começou a reclamar daí. Sem nem cumprimentar Xuxa direito, ela foi logo reclamando, dizendo que correu risco de vida ao ser carregada pelos rapazes. Depois, ela foi cantar e, terminada a sua performance, Xuxa a chamou para deitar na cama com ela, ou seja, começava mais uma edição do polêmico quadro “Conto de F@das”, onde a loira faz perguntas picantes a seus convidados.



Foi aí que Anitta deu um show de antipatia, se recusando a participar das brincadeiras e dando patada atrás de patada em Xuxa, que, no começo da entrevista, estava mega empolgada. Até que a loira cansou de tentar tirar leite de pedra e percebeu que a convidada não estava rendendo e, elegantemente, encerrou o quadro, mandando Anitta se sentar no sofá enquanto outra matéria seria exibida, o que soou para os telespectadores como um “anham, Cláudia, senta lá” meio disfarçado.



Toda essa polêmica envolvendo a participação de Anitta no programa da Xuxa põe em debate várias questões sobre o meio televisivo.

Por exemplo, basta lembrar das participações de Anitta em programas globais para perceber que seu comportamento é bem diferente.


Tá, foi só um pretexto pra usar esse gif maravilhoso!

Quero deixar bem claro que não tenho nada contra a Anitta, mas, realmente, pegou feio pra ela sua atitude no programa de ontem. 



Tem gente defendendo a cantora dizendo que ela foi pega de surpresa pelo conteúdo do programa, o que eu acho bem difícil. Com certeza, a direção de Xuxa deve ter falado à convidada sobre o que seria abordado no programa, e ela, por sua vez, se não tivesse se agradado do conteúdo da atração, deveria ter avisado à produção antes de ter entrado no palco.

Outra questão que deve ser abordada é como um convidado faz a diferença em um programa. A atração de Xuxa é toda montada de uma forma para que o público se divirta ao ver as celebridades fazendo revelações curiosas e se divertindo também com a apresentadora, mas, se o convidado não tem essa disponibilidade, o programa perde a graça. Por isso,  eu tenho um conselho para dar à direção do programa: não se preocupem em chamar gente famosa, ou que tá mais bombada nas redes sociais, quem tem que ser chamada para programas desse tipo tem que ser gente disponível, que tem senso de humor e sabe levar tudo na brincadeira.


É claro que o programa de Xuxa não é lá essa coisa toda e, apesar de já ter melhorado muito, ainda precisa de ajustes e encontrar o tom certo e, depois do acontecimento de ontem, a produção precisa ficar mais atenta e saber encaminhar o programa de acordo com o rendimento dos convidados.


terça-feira, 10 de novembro de 2015

Ágil e moderna, Totalmente Demais tem uma estreia correta




Da mesma equipe das duas últimas temporadas de sucesso de Malhação (Sonhos, em 2014 e Intensa como a vida, em 2012), estreou, ontem, a nova novela das sete, Totalmente Demais, uma prova de que a Globo está apostando em novos talentos.

De Rosane Svartman e Paulo Halm, a novela fez uma boa estreia ontem. Apesar da história ser bem clichê, os autores e a direção souberam dar um toque moderno. Diálogos rápidos, cenas ágeis, fotografia bonita, trilha sonora afiada e personagens bem carismáticos e humanos, o que é a especialidade dos autores, vide o trabalho deles em Malhação, foram os grandes trunfos desse primeiro capítulo.

A novela começou exatamente do ponto onde o tal do capítulo zero (é uma audácia chamar um videozinho de seis minutos de capítulo) terminou.

Marina Ruy Barbosa está segura no papel de Eliza, uma gata borralheira contemporânea, sonhadora e marrentinha, assim como as outras duas protagonistas já criadas pelos autores (Lia e Karina, de Malhação 2012 e 2014, respectivamente).



De um modo geral, a novela teve um primeiro capítulo correto, mostrando bem o perfil de cada personagem, sem muita firula, deixando clara a personalidade de cada um.

A história é clichê sim, a velha história da menina pobre, que é encontrada por um produtor de moda e é transformada em uma grande modelo, mas não podemos negar que um clichê bem feito com um temperinho de modernidade pode ser muito bom, mas isso só vai depender do desenvolvimento que os autores vão dar à trama e de como os atores vão defender seus personagens.

Juliana Paes (Carolina) está no maior estilo Diabo Veste Prada com sua diretora de revista de moda, mas deve render mais nos próximos capítulos, assim como Fábio Assunção (Artur), que vinha fazendo falta em nossas novelas. 



Felipe Simas surpreendeu com o seu Jonatas, um personagem complexo e que parece que vai ter uma boa história para ser contada na trama, mas, para mim, quem  chamou atenção mesmo foram Viviane Pasmanter (Lili) e Humberto Martins (Germano). Os dois estão seguríssimos em seus papéis e o núcleo deles tem uma história boa e bem elaborada.




Totalmente Demais mostrou ter os elementos necessários para uma boa novela, agora, só resta saber se os autores irão desenvolvê-los bem ao longo dos meses de exibição da trama.

A história se repete: atriz de Cúmplices de um Resgate é substituída no meio da novela



Quando o SBT anunciou que iria fazer um remake de Cúmplices de um Resgate, uma das piadinhas que mais foram feitas nas redes sociais era se a protagonista da versão brasileira, Larissa Manoela, iria brigar com o SBT e ter que ser substituída no meio da novela, assim como aconteceu com Belinda, a protagonista da versão mexicana, que se desentendeu com a Televisa.



Já tinha gente até teorizando que Maísa seria a substituta ideal para Larissa. Eu, particularmente, acho Maísinha nhem nhem nhem bem mais simpática e carismática do que a Larissa.



Mas, é claro, que não podemos negar o talento da atriz que faz as gêmeas Isabela e Manoela da novela do SBT. A Globo, por sinal, já está de olho nela.




Bom, e, por um acaso do destino, vai haver sim uma substituição em Cúmplices de um Resgate, mas nada que envolva a protagonista da novela. 

Dessa vez, quem foi substituída foi a atriz Duda Wedling, que fazia a personagem Dóris, uma das amiguinhas da gêmea pobre. A emissora ficou chateada com os atrasos e as faltas constantes da atriz mirim durante as gravações, então, não teve jeito a não ser tirá-la da novela. Uma pena, já que Duda vinha sendo uma das maiores surpresas entre o elenco infantil.



Como a atração ainda está sendo produzida e, como já é de praxe no SBT, tem nem previsão de quando será encerrada, o jeito foi chamar outra atriz para dar continuidade à personagem. A escolhida foi Sophia Valverde, que tem o mesmo perfil de Duda e já é conhecida pelo público do SBT, pois fez a personagem Maria na última versão de Chiquititas.




Como a novela tem um ritmo de gravações bem adiantado, a troca de atrizes ainda demorará para ir para o ar.

E, aproveitando que já tô falando dos remakes infantins do SBT, a emissora já decidiu qual será a novela substituta de Cúmplices. Será a nova versão de Carinha de Anjo. Não preciso nem falar nada, né? Ansioso desde já pra ver quais serão as atrizes escolhidas pelo SBT para fazer as inesquecíveis Dulce Maria e Tia Peruca.


sexta-feira, 6 de novembro de 2015

I Love Paraisópolis, uma novela que prometia ser um grande sucesso, mas que chegou ao fim sem muito impacto



Hoje chegou ao fim a divertida e maluca novela das sete I Love Paraisópolis. A trama de Alcides Nogueira e Mário Teixeira chega ao fim com um grande mérito, é a maior audiência do horário em dois anos, ou seja, desde Sangue Bom.

Com chamadas bem elaboradas com uma pegada jovem e recebendo uma boa herança da antecessora, Alto Astral, a novela chamou atenção com uma boa sequência de primeiros capítulos, chegando perto até dos 30 pontos, vencendo, facilmente, a então novela das nove, Babilônia.



Mas, com o tempo, a história de Mari (Bruna Marquezine), Ben (Maurício Destri), Margot (Maria Casadevall) e Grego (Caio Castro) foi fraquejando e chegou a um ponto onde mais nada podia acontecer, por isso, a trama chegou ao fim hoje sem muito impacto. Mas a audiência continuou em um bom patamar, apesar da queda, sendo segurada, principalmente, pelas ótimas tramas paralelas criadas pelos autores e muito bem defendidas pelo elenco.

Casal Mariben


Afinal, como não se apaixonar pela garra de Paulucha Rocambole (Fabíula Nascimento), pelas loucuras de Rosicler (Paula Cohen), pela sofrência de Lindomar (Gil Coelho), pela determinação de Patrícia (Lucy Ramos), pelas brigas de Claudete (Mariana Xavier), Mirela (Luana Martau) e  Omara (Priscila Marinho) pelo amor de Paletó (André Loddi), pelas excentricidades de Expedito (José Dumont), que morreu e ressuscitou, pelo bordão favelaaaaaaaada ecoado, exaustivamente, pelo ótimo Júnior, ou Juneca Purpurina (Frank Menezes), principalmente, para Melodia (Olívia Araújo) e, é claro, pela doçura da Dona Izabelita (Nicete Bruno)?

Além deles, Jávai (Babu Santana),Dália (Zezeh Barbosa), Eva (Sorraya Ravenle), Natasha (Carolina Oliveira), Tinoca (Alice Borges),Ximena (Caroline Abras), Olga (Paula Barbosa), Armandinho (Eduardo Duseck), Deodora (Dani Ornellas) e Silvéria (Ilana Kaplan) também tiveram ótimos momentos, graças a seus intérpretes e ao texto afiado da dupla de autores.

I Love é um dos poucos exemplos de novela onde todos os atores conseguiuram ter destaque, mesmo com o elenco numeroso.

Letícia Spiller, por sua vez, acertou em cheio com Soraya, uma personagem que vai contra qualquer rótulo, ora, vilã, ora, alívio cômico, ora, bandida, ora, vítima. A atriz vem, a cada trabalho, mostrando mais maturidade.

Ela fez uma ótima dupla com Frank Menezes, o impagável Júnior.


Tatá Werneck (Danda) tem o seu nome grafado em segundo lugar na abertura, mas sua personagem se mostrou ser mais uma das ótimas personagens secundárias da novela. Como não rir de susas “dandices” e não se divertir com seu inglês maluco? A humorista vem se consolidando como atriz de novela e já está escalada para outra trama,Haja Coração, de Daniel Ortiz, que substituirá Totalmente Demais.



Bruna Marquezine e Maurício Destri (Ben) tiveram uma química imediata, mas seus personagens  foram se apagando com o decorrer da trama. Já Margot (Maria Casadevall) e Grego (Caio Castro), incialmente, vilões, roubaram a cena merecidamente.

Casal Gregot


O grande trunfo de I Love, sem dúvidas, foram essas ótimas tramas paralelas, que mais pareciam esquetes de um programa de humor, aliadas a efeitos sonoros que lembravam onomatopeias de histórias de quadrinho.

Já teve programa humorístico que mostrava as loucuras de moradores de um condomínio, então, por que não mostrar as loucuras de moradores de uma favela?

Por falar em favela, o retrato feito da comunidade de Paraisópolis pela novela recebeu críticas por ser muito fantasioso e idealizado, mas, gente, isso é novela das sete e não um documentário, não é mesmo?




E a principal função de uma novela das sete é fazer as pessoas rirem sem compromisso e sem esforço, com uma história fácil de entender, e isso I Love Paraisópolis cumpriu com louvor, apesar dos deslizes e, como diz a música de abertura da novela, “a felicidade mora aqui”.

E que venha Totalmente Demais!


quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Os Dez Mandamentos, uma ótima novela atrapalhada pelo amadorismo da emissora



Não se fala em outra coisa a não ser o estrondoso sucesso de Os Dez Mandamentos, a novela bíblica da Record. Para ter uma ideia, a saga de Moisés para libertar o seu povo da escravidão no Egito vem vencendo o Jornal Nacional e os primeiros minutos de A regra do Jogo. Nesta semana, a novela bateu todos os recordes, marcando 26 pontos de média e 30 de pico em São Paulo, ganhando assim o título de maior audiência já obtida por uma novela da Record.



O que explica esse sucesso todo?

Bom, eu diria que a novela tem sim grandes qualidades, mas o maior trunfo da trama é a história que mexe com o imaginário das pessoas e aguça a curiosidade do público.

Já faz um tempinho que a Record investe em produções baseadas em histórias bíblicas, começou com minisséries de poucos capítulos até surgir a ideia de fazer uma novela inspirada no Livro Sagrado.  

Quando surgiram as primeiras notícias de que a Record faria uma novela bíblica, a maior dúvida era se esse tipo de produção combinaria com esse gênero, e não é que combinou!

Graças ao talento da autora, Vivian de Oliveira, que soube criar personagens e histórias além daquelas que estavam na Bíblia e amarrar tudo de uma forma envolvente. Yunet, por exemplo, uma ótima vilão interpretada, maravilhosamente, por Adriana Garambone, não existiu de verdade, saiu da mente criativa de Vivian.

A autora da novela.

Os núcleos da novela são envolventes e tratam de temas universais, como traição, amores do passado, vingança e violência contra a mulher (viu, não é só a Globo que trata de temas fortes, não!) e a história central é épica e gera muita curiosidade porque nunca foi retratada em forma de novela.

Eis aí os motivos para o sucesso da novela.

Mas, nem tudo são flores. Se a autora conseguiu criar e adaptar boas histórias, ela ainda peca no equilíbrio entre o teatral e o informal nos diálogos, que, ora, lembram aqueles filmes antigos sobre a Bíblia e, ora, parecem conversas informais dos dias atuais.

Já, quanto aos efeitos especiais, usados para retratar as pragas do Egito, também não apresentam equilíbrio quanto à qualidade. Alguns são muito bons, outros geram estranheza, o que é perfeitamente justificável, devido ao grau de dificuldade das cenas.

O elenco conta com grandes surpresas, atores, que se mostraram maravilhosos, como Adriana Garambone (Yunet), Vera Zimmermann (Henutimire), Denise Del Vechio (Joquebede), Larissa Maciel (Miriã), Giuseppe Oristanio (Paser), Camila Rodrigues (Nerfetari), Guilherme Winter (Moisés) e Renato Livera (Simut), mas outras interpretações, infelizmente, beiram o ridículo.

Adriana Garambone arrebentou como a malvada Yunet.


Bom, mas o maior defeito de Os Dez Mandamentos, sem dúvidas, é a própria emissora onde a novela é veiculada. A Record já tem um histórico de não saber lidar com o sucesso de seus programas. Foi assim com Caminhos do Coração (aquela novela que, no começo, parecia normal, mas que, depois,virou a novelas dos mutantes), que teve absurdas três temporadas (mas confesso que assisti a todas) ficando, no total, três anos no ar, e com a primeira temporada de A Fazenda, que era repercutida, exaustivamente, por todos os programas da casa.

Com Os Dez Mandamentos, é claro, não poderia ser diferente. A novela estreou em março e tinha previsão de término para outubro, mas foi esticada até para sabe-se lá quando. Tem gente que diz que a trama irá até o final de novembro, enquanto outros afirmam que a novela pode ir até dezembro.
O maior problema disso é que a novela é inspirada em uma história real, então, não tem como a autora ficar inventando mais história pra contar, só resta a ela esticar o que tem, e o resultado disso são cenas arrastada e capítulos inteiros só de enrolação, com orações, flashbacks e cenas musicais. A tão esperada cena  da abertura do Mar Vermelho, por exemplo, era pra ter sido exibida no dia 27 de outubro, depois foi adiada para esta sexta-feira e, agora, ficou só pra segunda da semana que vem. Isso é,se não adiarem de novo até lá.

Bom, mas Os Dez Mandamentos já cativou muitos fãs, que defendem a novela com unhas e dentes. É tanto que, nas redes sociais, é comum ver os fãs da novela da Record falando mal de quem a critica. Gente, por favor, né? Não existe novela perfeita, e os críticos só estão cumprindo com o papel deles, e isso não quer dizer que eles não acreditem no potencial da Record de fazer boas novelas. Em 2013, por exemplo, Pecado Mortal recebia muitos elogios de vários críticos que, hoje falam “mal” de Os Dez Mandamentos.

Por fim ODM é uma novela maravilhosa, que conta uma história linda de fé e superação, uma verdadeira lição de vida, mas que, infelizmente, vem sendo prejudicada devido às atitudes amadoras da emissora.