sábado, 26 de setembro de 2015

Verdades Secretas se mostrou ser "destruidora mesmo" e se consolidou como a novela do ano

Bom, antes de mais nada, recomendarei só uma coisinha: senta, que lá vem textão!



O ano era 2014, e a novela das onze era O Rebu, uma novela que se passava apenas em um dia e que não foi tão bem aceita porque isso a fez ficar um pouco lenta, mas a Globo demonstrava que queria continuar a investir nessa faixa, mesmo com a baixa audiência da então novela atual.

Para dar uma renovada nos ares, a emissora resolveu investir em tramas inéditas no horário, que foi criado para abrigar remakes de novelas bem antigonas. A sinopse aprovada para ser a primeira novela das onze com uma história inédita foiiiiii... wait for it...


... SETE VIDAS!!!!!!!


Sempre procuro motivos banais para usar esse gif lindo <3

Sim, a novela de Lícia Manzo, que nos encantou com toda a sua sensibilidade no horário das seis, seria uma novela das onze, mas o chefão do núcleo de dramaturgia, Silvio de Abreu, leu melhor a sinopse e achou que ela se encaixaria mais como uma trama das seis, claro, que com ajustes, porque uma novela das onze é beeeeem mais safadinha e conta com menos personagens paralelos e com uma duração reduzida pelo menos à metade da de uma novela "normal".

A Globo, então, ficou sem uma novela das onze para chamar de sua, aí, os executivos  da emissora pensaram: “e agora quem poderá nos defender?”. Sim, ele, o pau pra toda obra, o santo multiplicador de capítulos de novela, Walcyr Carrasco.



A essa altura do campeonato, Walcyr, que tinha encerrado sua última novela (Amor à Vida) em janeiro de 2014, estava descansando e pensando em sua novela das seis para 2015/2016, mas, como ele não recusa desafios, aceitou elaborar uma novela mais adulta e usou umas pesquisas antigas sobre o submundo secreto da moda para dar corpo à trama. E foi, assim, que nasceu essa obra-prima, chamada de Verdades Secretas.


Que abertura!

Mas novela não se faz só pelo autor, tudo que é escrito no papel ganha outra vida e pode até melhorar quando encontra uma direção precisa e atores muito envolvidos. E foi isso que aconteceu com Verdades. O texto de Walcyr, apesar de estar mais sutil e menos escrachado em relação às suas novelas anteriores, foi aprimorado e perfeitamente fundido à direção ousada de Mauro Mendonça Filho. Ah, e o elenco... mas que ELENCO!

Drica Moraes, que entrou na novela aos 45 minutos do segundo tempo, substituindo Deborah Secco, simplesmente arrebentou no papel e soube dar o tom certo à personagem (amo a Deborah, mas não dá para imaginar a novela sem a Drica). Para mim, graças à atuação de Drica, que compreendeu super bem o texto bem amarrado do Walcyr, junto com a direção certeira de Maurinho, fez com que o final da personagem ficasse coerente e aceitável e até justificou a tal burrice dela tão comentada pelos telespectadores. Na verdade, Carolina já sabia da traição da filha e do marido, ela só não queria ver, não queria aceitar e, com toda sua baixa autoestima, ao descobrir o “amor” da filha por Alex (Rodrigo Lombardi), chegou à conclusão de que era ela que tava sobrando ali e deu sua vida para a filha ser “feliz”, algo coerente, pois, desde o começo da novela, Carolina ou Cora (fazendo referência à louquíssima e mal elaborada personagem da atriz em Império), como é carinhosamente chamada pelos tuiteiros, mostrava ter uma entrega fora dos limites à filha a quem julgava ser uma doce menina.




Já Angel, por sua vez, também brilhantemente interpretada pela estreante Camila Queiroz, com toda sua ingenuidade e imaturidade no início da novela, foi se deixando envolver por Alex e passou a achar que o que ela estava fazendo com a mãe era aceitável, era para o bem dela. Só que, ao ver aonde tudo aquilo chegou, ela caiu em si, mas, mais uma vez, com a sua imaturidade, jogou a culpa toda em Alex. A partir do momento em que ela viu a mãe morta (em uma cena maravilhosa, o que era aquela filha envolta no sangue da mãe, parecia que aquela sangue fazia parte do corpo da própria Angel), a expressão da “menina” mudou completamente, o que, mais uma vez, foi perceptível graças à ótima interpretação da atriz e fez com que o público já começasse a perceber o final que estava por vir: Angel se vingaria de Alex em um crime premeditado, saído de uma mente doentia e usando a mesma arma com que a mãe se matou e passou a novela toda alisando.






Com Verdades Secretas, Walcyr queria retratar o lado obscuro da mente humana e ver a doce “Letinha” se transformar em uma Angel psicopata (na verdade, em uma "devil") encerrou muito bem todo esse ciclo e ainda serviu para fazer uma crítica à impunidade vigente em nosso País, claro, que com falhas de roteiros justificáveis para uma novela (como assim, não teve busca pelo corpo? É novela né, gente!).

A última sequência, a do casamento de Angel com Gui (Gabriel Leone), logo após o assassinato de Alex, estava completamente fora do clichê de casamento de final de novela. O olhar de Angel e o beijo dissimulado naquele crucifixo deu a ideia de que a história não terminava por ali. E é assim que tem que ser: novelas são cortes da vida de determinados personagens, mas, depois do capítulo final, a vida de todas aquelas pessoas vão continuar e, talvez, Angel ainda vá se dar mal, mas isso não precisou ser mostrado para o público.


Bom, e, do resto do elenco, ainda tem muito o que ser falado: Rodrigo Lombardi é sim um ator com limitações, mas tais limitações foram usadas a favor de seu personagem, o frio, inescrupuloso e sedutor Alex, que achava que o mundo sempre giraria ao redor dele e de seu dinheiro, mas acabou pagando por toda essa sua arrogância no final.



E o que falar de Fanny, maravilhosamente interpretada por Marieta Severo, recém-saída de Dona Nênê. O final da personagem foi uma das coisas mais hilárias e totalmente pertencente ao universo Carrasquiano: a personagem avaliar o corpo de seu novo gigolô e, depois, virar o olhar diretamente para o telespectador e dizer um sonoro SERVE acompanhado de um olhar de conformação foi de bolar de rir e aceitável devido ao tom dado à cena.



Rainer Cadete e seu impagável Viscky caíram como uma luva para o personagem mais carrasquiano da novela. A relação de tapas e beijos entre o capacho da absoluta Fanny e a mal amada Lurdeca (Dida Camero – muito bem na personagem também) parecia algo à parte na novela, por ter uma qualidade inferior aos demais núcleos, mas também por soar como um bom alívio cômico à tensão altíssima das outras partes.

Por falar em tensão altíssima, não tem como não citar e não dar vários elogios à Grazi Massafera, que, comendo pelas beiradas, fez de sua drogada Larissa, o personagem que serviu para quebrar paradigmas em sua carreira. Tudo estava em perfeita sintonia nas cenas da personagem, a abordagem criada por Walcyr e as técnicas realistas usadas pela direção junto ao show de interpretação da atriz, que jogou de vez no lixo todos os preconceitos que sofria por ser uma ex-BBB, junto com seus parceiros de cena Álamo Facó ( o evangélico que ajudou Larissa a se regenerar) e Flávio Tolezani (o também drogado Roy, que, no final, não quis partir para uma regeneração), fizeram da trajetória da personagem uma história emocionante e muito envolvente de ser acompanhada.


As experientes Ana Lúcia Torre e Eva Wilma também tiveram suas chances de dar seus shows de atuação. A primeira como uma avó iludida e corroída por uma doença que a fez aguardar, silenciosamente, pela morte, e a segunda com uma personagem maravilhosa e cheia de nuances e ironias, a alcoólatra e sarcástica Dona Fábia (senti a falta de uma cena final dela, não que a história dela não tivesse sido concluída, mas é que ver o show de atuação de Eva Wilma nunca é demais).


Ferando Eiras fez uma participação especial nos últimos capítulos como o afetadíssimo estilista Maurice (inicialmente escrito para Ney Latorraca) e também deu um show de atuação.




Ágatha Moreira (Giovana) e João Vitor Silva (Bruno) também tiveram ótimos momentos e se mostraram ser atores maduros apesar da pouca idade. Com certeza, estão mais do que prontos para brilharem cada vez mais nas nossas telinhas.







Bom, Verdades Secretas, com certeza, chegou ao fim como a novela que mais envolveu o publico neste ano de 2015 e suas qualidades serão ainda exaltadas, merecidamente, nas premiações de fim de ano, e Walcyr Carrasco continua se mostrando incansável e já vem aí, no comecinho do ano que vem, com uma novela nova, agora, no horário das seis, trazendo aquele estilo de novela interiorana, cheia de personagens caipiras caindo na lama e jogando tortas nas caras uns dos outros, que marcou seu início de carreira na Globo lá nos anos 2000, com grandes sucessos, como O Cravo e a Rosa, Chocolate com Pimenta e Alma Gêmea, o que só comprova a grande versatilidade do autor. Ah, e, hoje, saiu na mídia o possível título definitivo da novela: Eita Mundo Bom!




sexta-feira, 25 de setembro de 2015

O que explica um adiamento de uma novela das nove pela Globo?

Nesta semana, os leitores do mundo televisivo foram pegues por uma bomba.

Até o começo da semana, estava tudo normal e as notícias sobre Sagrada Família (título provisório), de Maria Adelaide Amaral e Vincenti Villari (a dupla responsável pela maravilhosa novela Sangue Bom), que substituiria A Regra do Jogo, não paravam de sair.

Até que, no finalzinho da quarta-feira, uma bomba foi lançada, primeiro, apenas como um boato: a Globo teria resolvido adiar a estreia da novela e iria escolher outra substituta para o sooooooooooooooool de A Regra do Jogo.



Bom, então, ontem, saiu a confirmação oficial da emissora. Silvio de Abreu, o responsável por chefiar e tomar as decisões do núcleo de dramaturgia deu uma declaração dizendo que a novela de Maria Adelaide foi adiada para o final do ano que vem por conter um forte conteúdo político, que seria afetado por conta das eleições de 2016 e, hoje, as especulações que estavam rolando por aí foram confirmadas: a escolhida para ocupar o espaço vazio foi Velho Chico, novela de Benedito Ruy Barbosa, junto com sua filha Edmara e seu neto Bruno, que estava prevista, inicialmente, para ser uma novela das seis, substituta da substituta de Além do Tempo.

Benedito Ruy Barbosa

Confesso que eu não fiquei muito convencido com essa explicação de Silvio de Abreu não. Na verdade, não é preciso nem ler muito sobre televisão para saber que a Globo está desesperada com os últimos resultados das novelas das nove (Babilônia e A Regra do Jogo) e a escolha de Velho Chico pode ter sido uma cartada final para tentar reverter essa situação.

Pelo pouco que saía na mídia e também pelo estilo da autora, já dava para perceber que Sagrada Família pretendia continuar com essa linha mais realista e polêmica no horário das nove. Não desmerecendo o estilo da autora, que, por sinal, eu amo, mas, talvez, uma terceira novela seguida nesse estilo poderia afugentar ainda mais o público. E, com certeza, a escolha por Velho Chico se deu para pegar carona no sucesso da reprise de O Rei do Gado, afinal, as duas são da mesma equipe, encabeçada por Benedito Ruy Barbosa (autor) e Luis Fernando Carvalho (diretor). Além disso, o estilo mais rústico, rural e que mistura realidade e ficção de Ruy Barbosa também pode ter sido um motivo fundamental para essa escolha, já que o público sinaliza que sente falta desse tipo de trama.


Bom, no final das contas, acho que quem ganhou foi o público. Tendo como base O Rei do Gado, Velho Chico, que contará com um elenco maravilhoso, que deve ser encabeçado por Antônio Fagundes e Letícia Sabatella, tem tudo para ser uma ótima novela, ainda mais nesse horário, que permitirá que a história se desenvolva melhor, e Sagrada Família vai marcar a estreia de Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari em um horário mais adulto onde eles vão poder soltar ainda mais sua veia crítica e irônica.

Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari


Então, só nos resta aguardar para ver!

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Globo gostou tanto da participação de Monica Iozzi no Tomara que Caia que pediu bis



Que o Tomara que Caia é um programa “inassistível” e um dos maiores fracassos atuais da Globo não é novidade para ninguém.

Mas, na semana passada, surgiu uma luz no fim do túnel: a sempre maravilhosa Monica Iozzi foi chamada para fazer uma pequena participação especial no programa, mas, é claro, que a atual apresentadora do Vídeo Show acabou roubando a cena e dando um show de improvisação.


Na verdade, a atuação de Monica serviu como um tapa na cara do elenco mal escalado do programa. Ela mostrou que o que faz a diferença em um programa de improviso é, obviamente, a coragem de usar todos os artifícios possíveis e impossíveis para IMPROVISAR.

Monica, muitas vezes, deixava o texto pra lá e não tinha medo de sair do roteiro e ainda fez várias referências à vida real. Isso trouxe, pela PRIMEIRA VEZ, graça ao programa que era pra ser de humor.

Monica fez referências ao Sai de Baixo ao entrar pela primeira vez no cenário e ser aplaudida pela plateia, pedindo até para repetir a entrada, fez piadinhas usando o nome de seu companheiro de Vídeo Show, Otaviano Costa, pediu para ficar mais tempo em cena, gritou pela sua fiel escudeira Áaaaaaaaaaaaaaaaaaagata e ainda aproveitou para fazer propaganda de seu programa.


Ou seja, a participação de Monica mostrou que os principais erros do Tomara que Caia são o elenco, que, é formado, em sua maioria, por atores que podem até se sair bem em novelas, mas não possuem traquejo para fazer um programa de humor ao vivo - Ricardo Tozzi e Priscila Fantin são atores de novela, Nando Cunha e Eri Johnson são atores que fazem sempre papéis de si mesmos, já Marcelo Serrado ainda tá com o espírito do Crô preso nele - e o fato de o programa contar com um roteirizinho mal feito para os atores seguirem, o que faz com que eles fiquem mais temerosos de improvisar.

Aproveitando que o talento de Monica Iozzi deu um gás ao Tomara que Caia, a Globo resolveu convidar a atriz para o programa de novo, juntamente com outro humorista expert em improvisação, o Leandro Hassum.



Há quem diga que a direção do canal queria que o programa já chegasse ao fim neste domingo, mas Boninho, diretor de núcleo da atração, conseguiu convencer a emissora de levar o programa até a data estipulada inicialmente, dia 4 de outubro. Ao que tudo indica até lá, os produtores da atração devem continuar investindo em participações especiais de peso para segurar o programa.

Ah, e fica a dica, como diria Monica Iozzi, você não pode perder o Vídeo Show, que está em uma fase ótima, mais descompromissado e menos engessada, o que em nada lembra o programa de um ano atrás.


quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Há um ano, o Controle fazia seu primeiro post, mas o que é que acontecia na TV brasileira?

Há exatamente um ano, o maravilhoso redator que vos escreve colocava no ar o primeiro post deste blog que já conquistou mais de um milhão de brasileiros (bom, nem precisa dizer que essa parte do um milhão é mentira, mas é devagar que se vai longe, não é mesmo?).

Mas aí eu te pergunto: o que acontecia na TV brasileira há exatamente um ano?

Um ano atrás, a novela das nove, que era a famigerada Império,de Aguinaldo Silva, apesar de ainda não ter deslanchado na audiência, não sofria ameaças de uma novela da Record, mas também não marcava índices muito bons por conta do horário político.


Não tinha nem como a Record ameaçar o poderio da Globo no ano passado, pois a novela que era transmitida pelo canal do bispo era a chatinha e confusa Vitória, de Cristianne Fridman.



No horário das sete, os telespectadores ainda viviam o pesadelo que era aturar Geração Brasil, de Filipe Miguez e Izabel de Oliveira, mas, felizmente, essa noveleca maluca com personagens forçando sotaques gringos já estava entrando em sua reta final.





Às seis da tarde, os telespectadores eram presenteados com uma boa novela, Boogie Oogie, de Rui Vilhena, mas, infelizmente, com o passar do tempo, a novela foi perdendo o ritmo frenético do começo.



Já Malhação Sonhos estava só em seu segundo mês de exibição, e Pedro (Rafa Vitti) ainda estava naquela de tentar conquistar Karina (Isabella Santoni) “por dinheiro”, mas a temporada, apesar de parecer um pouco lenta, já mostrava que tinha potencial para ser um grande sucesso.



No Vale a Pena Ver de Novo, Cobras e Lagartos, de João Emanuel Carneiro, marcava baixa audiência apesar de ter sido um grande sucesso em sua exibição original.

Na Record, A Fazenda 7 estava apenas em seu quarto dia de exibição, mas já chamava atenção pelo elenco mal escolhido, pela baixa edição e pelos erros ao vivo que deixavam o então apresentador Britto Jr. de cabelo em pé.



Naquela época, na emissora dos bispos, a maior audiência ainda era do programa do cara do corta pra mim, Cidade Alerta, com  Marcelo Rezende.


No SBT, Chiquititas já estava no ar há mais de um ano, mas ainda conseguia a vice-liderança, coisa que, hoje, Cúmplices de um Resgate não consegue fazer.

Já Xuxa continuava na geladeira da Globo e começavam a surgir os boatos de sua saída do canal.



O Vídeo Show, por sua vez, ainda não conhecia o brilho de Mônica Iozzi, e Zeca Camargo já começava a ser jogado para escanteio, porque o programa continuava patinando na audiência.

Na Band, o Masterchef ainda estava em seu terceiro episódio e não tinha uma audiência muito boa, mas logo se tornou um grande sucesso.

Já nos jornalísticos, não se falava em outra coisa a não ser nas eleições presidenciais.





Bom, um ano se passou e muita coisa mudou, mas o Controle continua tentando ser o blog que mostra opiniões fortes e verdadeiras sobre os programas da TV brasileira, de um jeito dinâmico e fácil de se entender.

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Queridinho do Twitter e de todos nós, Masterchef 2015 chega ao fim como um grande sucesso



Confesso que ainda estou muito sonolento (Band, por favor, vê se ano que vem muda o horário aê!), mas é com bastante tristeza que venho escrever essa matéria sobre o último episódio e a análise geral da segunda temporada do nosso reality favorito.

Lembro-me como se fosse ontem: eram meados de 2014, e a Band começava a anunciar o seu mais novo reality, um tal de Masterchef, com apresentação de Ana Paula Padrão e três chefs “estranhos” como jurados (Henrique Fogaça, Paola Carossella e Érick Jacquin). Eu, então, parei e pensei “vixe! Mais um reality internacional que a band comprou pra fazer uma versão tupiniquim tosca e mal produzida”. Não preciso nem falar que eu quebrei a cara, né?



O reality começou de mansinho, comendo pelas beiradas, surpreendeu pela qualidade de edição e pelo bom entrosamento do elenco (aqueles chefs “estranhos” e a Aninha Paula já tinham ganhado meu coração) e, aos poucos, foi conquistando audiências inimagináveis para os padrões da Band e uma repercussão incrível no Twitter. É claro que a emissora cresceu os olhos e não perdeu tempo e foi produzir uma nova edição do reality o mais rápido possível.

Então, em maio deste ano, estreava a segunda temporada de Masterchef, que já começou bombando devido ao sucesso da primeira. Nessa temporada, podemos ver o lado mais humano dos chefs desde o primeiro episódio, e Ana Paula Padrão estava cada vez mais segura em sua posição. E é claro que tudo isso, somado ao elenco de participantes, formou um prato cheio para os tuíteiros de plantão comentarem, fazerem piadas e criarem memes impagáveis.






Com a ajuda do pessoal do Twitter, o programa foi batendo recorde atrás de recorde: na Internet, ele era disparado o mais comentado e, na TV, a Band alcançava, a cada terça-feira, uma audiência maior (algo inimaginável até então para os padrões da emissora), desbancando com facilidade a Record e o SBT e até abocanhando alguns pontinhos da Globo por alguns minutos.

É claro que a emissora se aproveitou desse sucesso: a Band tentava esticar o programa de todas as formas possíveis. Desse modo, o reality ganhou uma edição prévia, que ia ao ar meia hora antes da edição principal, mostrando um resumo dos episódios anteriores e a repercussão deles nas redes sociais, e o programa em si ficou cada vez maior, terminando altas horas da matina, fazendo muitos trabalhadores e estudantes brasileiros perderem a hora no dia seguinte. Esse esticamento prejudicou um pouco a qualidade técnica do programa - a cada semana, mais milagres os editores obravam para deixar o reality maior -, mas isso não afetou o interesse do público e nem os princípios do programa.

No último episódio, não podia ser diferente: a Band usou de todas as ferramentas possíveis e impossíveis para se beneficiar do sucesso do programa e enrolou muuuuuuuuuuito para revelar o resultado final. Resultado este que foi um pouco atrapalhado devido a essa mania ridícula de alguns “jornalistas” de ficarem soltando spoilers por aí.

Outra coisa que atrapalhou um pouco a final foi o falso ao vivo promovido pela Band: o programa havia sido gravado há muitos meses, mas a emissora achou que seria legal enganar o público dizendo que tava tudo ao vivo e fez todo mundo usar a mesma roupa da gravação original, mas, no fim das contas, nem a chapeuzinho vermelho acreditou que aquilo era ao vivo, e o programa virou uma mistura maluca de gravado com interações em tempo real com os tuíteiros convidados e com a repórter que estava acompanhando a torcida.

Mas um ponto positivo dessa final foi, justamente, essa homenagem que a Band prestou ao pessoal que acompanhou o programa pela rede social de 140 caracteres. Foi legal ver uma emissora de TV aberta reconhecendo o poder que as redes sociais têm e sabendo usá-lo a seu favor.

Bom, mas como nem tudo é perfeito, Jiang, a queridinha do público ficou em terceiro lugar (mas a Band, como não é boba nem nada, já contratou a chinesinha para ser comentarista ou repórter – não entendi direito – do Masterchef Júnior), Raul, o segundo mais querido, ficou com a segunda colocação, e a grande vencedora, como os spoilers já anunciavam, foi Izabel, que não era tão popular assim, mas mereceu muito o prêmio.


Jiang, você é a vencedora dos nossos corações!


Izabel foi a grande vencedora no ponto de vista culinário!


Mas quem pensa que a saga Masterchef 2015 acabou está muito enganado. A Band pretende continuar sugando o sucesso do programa o máximo que puder e já garantiu que a edição júnior do programa estreia no dia 20 de outubro e, enquanto esse dia não chega, todas as terças-feiras vai ao ar um programa com os melhores momentos dessa temporada.



Bem, espero que toda essa superexposição do reality que a emissora vem promovendo não acabe o prejudicando e que a edição júnior venha com tudo em outubro e conquiste os nossos corações como a edição adulta, que, é claro, já tem uma nova temporada confirmadíssima para 2016!

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Relembre Quatro Por Quatro, um dos trabalhos mais marcantes de Betty Lago



Nesse domingo, 13 de setembro, perdemos uma das atrizes mais carismáticas e versáteis da TV brasileira, a inconfundível Betty Lago, que vinha lutando, com muita perseverança, contra um câncer há três anos.

Dona de um sorriso marcante, a atriz, que começou a carreira como modelo, se destacou, principalmente, nas novelas de Carlos Lombardi. O humor escrachado dos textos de Lombardi caía como uma luva na atuação de Betty.

Betty esteve em, praticamente, todos os trabalhos do autor de 1994 para cá, mas, sem dúvidas, o momento mais marcante dessa dobradinha foi, justamente, o primeiro: a novela Quatro por Quatro, de 1994.



Desde a década de 80 que Lombardi vinha se consolidando como mais um escritor de comédias para o horário das sete. Em 1994, ele preparava sua nova novela, que, dessa vez contaria com 4 protagonistas.

É claro que os primeiros nomes a serem convidados figuravam entre os das atrizes mais badaladas da época, como Vera Fisher, Regina Duarte, Malu Mader e Adriana Esteves (que, apesar de ser novinha na época já tinha protagonizado duas novelas das oito). Mas, com a recusa dessas quatro, outras atrizes menos conhecidas se juntaram à Elizabeth Savalla. Elas eram: Betty Lago, Cristiana Oliveira e Letícia Spiller. As quatro tiraram a sorte grande e tiveram a oportunidade de defender personagens maravilhosos e de mostrar muito talento (não dá pra imaginar a novela sem essas quatro atrizes).



Quatro por Quarto (mais uma vez, obrigado, VIVA, por me proporcionar a experiência de assistir a essa novela maravilhosa!) contava a história de quatro mulheres que se envolvem em um acidente de trânsito e vão presas por desacato à autoridade. Na prisão, elas se conhecem melhor e percebem que as quatro possuem algo em comum: estão passando por um momento de desilusões amorosas. Assim, Auxiliadora (Elizabeth Savalla), Abigail (Betty Lago), Tatiana (Cristiana Oliveira) e  Babalu (Letícia Spiller) se uniram para bolar planos de vingança contra os quatro homens que arrasaram seus corações.


A novela tinha a missão de substituir o grande sucesso que foi A Viagem, de Ivani Ribeiro, novela que abordava o espiritismo, deixando um pouco de lado o humor característico do horário das sete. Carlos Lombardi, então, conseguiu resgatar o gosto do público por histórias engraçadas e acertou em cheio com sua novela com humor escrachado e irônico e atingiu um grande sucesso (não tão grande como A Viagem, é verdade, mas o suficiente para conquistar o coração do público).

Quatro por Quatro, sem dúvida, ficou marcada na memória dos brasileiros por conta da personagem Babalu (Barbarela Lurdes - morro de rir com esse nome), o melhor personagem de Letícia Spiller até os dias atuais. A cabeleira barraqueira e percussora das “periguetes” atuais roubou a cena na novela, juntamente com seu par romântico, Raí (Marcello Novaes). A química que os dois tiveram em cena foi tão grande que extrapolou os limites da ficção.





Mas as outras protagonistas também tiveram seus momentos de destaque. Foi nessa novela que a já saudosa Betty Lago pôde mostrar para o Brasil todo seu talento como atriz. Sempre divertida e sorridente, Betty deu o tom certo para a neurótica Abigail (ou Bibi) e foi, ali, que ela firmou uma grande parceria com o autor Carlos Lombardi e, como um "plano do destino", ela se despediu das novelas em uma obra dele, Pecado Mortal, da Record, em 2013.

Betty como  Abigail em Quatro por Quatro.


Atualmente, Betty estava no canal pago GNT emprestando todo seu alto astral, mesmo com a doença, para algumas das atrações do canal.




Tenho certeza que todos que assistiam alguma atuação de Betty na televisão se sentiam tocados com seu sorriso inconfundível e voz marcante, que, sem dúvida, nunca serão esquecidos.