Confesso que ainda estou muito sonolento (Band, por favor,
vê se ano que vem muda o horário aê!), mas é com bastante tristeza
que venho escrever essa matéria sobre o último episódio e a análise geral da
segunda temporada do nosso reality favorito.
Lembro-me como se fosse ontem: eram meados de 2014, e a Band
começava a anunciar o seu mais novo reality, um tal de Masterchef, com apresentação
de Ana Paula Padrão e três chefs “estranhos” como jurados (Henrique Fogaça,
Paola Carossella e Érick Jacquin). Eu, então, parei e pensei “vixe! Mais um
reality internacional que a band comprou pra fazer uma versão tupiniquim tosca
e mal produzida”. Não preciso nem falar que eu quebrei a cara, né?
O reality começou de mansinho, comendo pelas beiradas,
surpreendeu pela qualidade de edição e pelo bom entrosamento do elenco (aqueles
chefs “estranhos” e a Aninha Paula já tinham ganhado meu coração) e, aos
poucos, foi conquistando audiências inimagináveis para os padrões da Band e uma
repercussão incrível no Twitter. É claro que a emissora cresceu os olhos e não
perdeu tempo e foi produzir uma nova edição do reality o mais rápido possível.
Então, em maio deste ano, estreava a segunda temporada de
Masterchef, que já começou bombando devido ao sucesso da primeira. Nessa
temporada, podemos ver o lado mais humano dos chefs desde o primeiro episódio,
e Ana Paula Padrão estava cada vez mais segura em sua posição. E é claro que
tudo isso, somado ao elenco de participantes, formou um prato cheio para os
tuíteiros de plantão comentarem, fazerem piadas e criarem memes impagáveis.
Com
a ajuda do pessoal do Twitter, o programa foi batendo recorde atrás de recorde:
na Internet, ele era disparado o mais comentado e, na TV, a Band alcançava, a
cada terça-feira, uma audiência maior (algo inimaginável até então para os
padrões da emissora), desbancando com facilidade a Record e o SBT e até
abocanhando alguns pontinhos da Globo por alguns minutos.
É claro que a emissora se aproveitou desse sucesso: a Band
tentava esticar o programa de todas as formas possíveis. Desse modo, o reality
ganhou uma edição prévia, que ia ao ar meia hora antes da edição principal,
mostrando um resumo dos episódios anteriores e a repercussão deles nas redes
sociais, e o programa em si ficou cada vez maior, terminando altas horas da
matina, fazendo muitos trabalhadores e estudantes brasileiros perderem a hora
no dia seguinte. Esse esticamento prejudicou um pouco a qualidade técnica do
programa - a cada semana, mais milagres os editores obravam para deixar o reality
maior -, mas isso não afetou o interesse do público e nem os princípios do
programa.
No último episódio, não podia ser diferente: a Band usou de
todas as ferramentas possíveis e impossíveis para se beneficiar do sucesso do
programa e enrolou muuuuuuuuuuito para revelar o resultado final. Resultado
este que foi um pouco atrapalhado devido a essa mania ridícula de alguns “jornalistas”
de ficarem soltando spoilers por aí.
Outra coisa que atrapalhou um pouco a final foi o falso ao
vivo promovido pela Band: o programa havia sido gravado há muitos meses, mas a
emissora achou que seria legal enganar o público dizendo que tava tudo ao vivo
e fez todo mundo usar a mesma roupa da gravação original, mas, no fim das
contas, nem a chapeuzinho vermelho acreditou que aquilo era ao vivo, e o
programa virou uma mistura maluca de gravado com interações em tempo real com
os tuíteiros convidados e com a repórter que estava acompanhando a torcida.
Mas um ponto positivo dessa final foi, justamente, essa
homenagem que a Band prestou ao pessoal que acompanhou o programa pela rede
social de 140 caracteres. Foi legal ver uma emissora de TV aberta reconhecendo o poder
que as redes sociais têm e sabendo usá-lo a seu favor.
Bom, mas como nem tudo é perfeito, Jiang, a queridinha do
público ficou em terceiro lugar (mas a Band, como não é boba nem nada, já
contratou a chinesinha para ser comentarista ou repórter – não entendi direito –
do Masterchef Júnior), Raul, o segundo mais querido, ficou com a segunda
colocação, e a grande vencedora, como os spoilers já anunciavam, foi Izabel,
que não era tão popular assim, mas mereceu muito o prêmio.
Jiang, você é a vencedora dos nossos corações! |
Izabel foi a grande vencedora no ponto de vista culinário! |
Mas quem pensa que a saga Masterchef 2015 acabou está muito
enganado. A Band pretende continuar sugando o sucesso do programa o máximo que
puder e já garantiu que a edição júnior do programa estreia no dia 20 de
outubro e, enquanto esse dia não chega, todas as terças-feiras vai ao ar um
programa com os melhores momentos dessa temporada.
Bem, espero que toda essa superexposição do reality que a
emissora vem promovendo não acabe o prejudicando e que a edição júnior venha
com tudo em outubro e conquiste os nossos corações como a edição adulta, que, é
claro, já tem uma nova temporada confirmadíssima para 2016!
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