Nessa terça-feira, a grande estreia da TV brasileira foi a
versão infantil do já consagrado reality culinário Masterchef.
A Band faz de tudo para sugar o máximo que pode o sucesso
que vem obtendo com a competição de chefs amadores e, sem pensar no esgotamento
do programa, a emissora resolveu lançar o Masterchef Júnior pouco tempo depois do final da segunda temporada da versão com gente grande
.
Assim como a versão adulta, o reality chamou atenção pela
qualidade técnica e, por se tratar de competição mirim, a estrutura do reality
foi toda adaptada a essa nova realidade: o cenário ficou lindo, todo colorido e
as vinhetas e o pacote gráfico também ganharam um toque mais clean, o que
ajudou a criar uma atmosfera mais leve ao programa.
Por falar em mais leve, não foram só o cenário e as vinhetas
que passaram por essa mudança não. Os jurados, é claro, estão bem mais amenos
em suas críticas e procuraram entender o lado das crianças e funcionaram mais como
professores, ou tios que dão conselhos e consolam nos momentos tristes.
Essa
fofura dos jurados chamou bastante atenção e tem gente criticando isso. Eu entendo
que o tom adotado por eles cause, sim, uma estranheza a princípio, mas não
seria humano que eles adotassem a mesma postura que adotam com os adultos ao tratar com crianças. Esse tom mais meigo, apesar de positivo, em
alguns momentos, soou um pouco forçado, mas tenho certeza de que isso vai se
ajustar ao longo dos episódios.
Jacquin foi eleito o mais fofo entre os jurados pelas crianças. E elas têm muita razão, né? <3 |
A edição, como já foi citado, continua maravilhosa e
aproveitando o que há de melhor: os perfis dos participantes e dos jurados. O
time de crianças que vai competir, como Ana Paula Padrão (que continua sendo
ela mesma, mas agindo mais como uma mãezona e tentando acalmar os nervos dos
participantes em vez de só ficar os atazanando com a contagem do tempo) ,
certamente, falará infinitas vezes ao longo desta temporada, pelo título de primeiro
MasterChef Júnior do Brasil, é maravilhoso.
Que coisas fofas! |
Crianças de todos os tipos, das
mais fofinhas e geradoras de memes às mais choronas e mimadas, mas todas
chamaram atenção não só pelo talento incrível na cozinha, que deixou muito adulto,
inclusive eu, morrendo de inveja, mas também por terem realmente um jeito de
criança e esbanjarem meiguice nas nossas telas.
Infelizmente, o nosso país ainda possui pessoas com o
pensamento horrendo e nojento de tratar crianças como mulheres e sexualizá-las,
o que se refletiu em alguns comentários feitos sobre o programa. A participante
Valentina, de apenas 12 anos, foi alvo de comentários pedófilos.
Essa situação indignante reflete um aspecto horrendo de
nossa cultura, que apesar de ser bastante combatido, ainda permanece na
mentalidade de algumas pessoas horrendas.
Jacquin ajudando Valentina durante uma prova. |
A edição do programa foi super-respeitosa com a imagem das
crianças, os pais até foram convidados para assistirem às primeiras provas (o
que acabou atrapalhando mais do que ajudando as crianças, já que os pais
estavam até mais histéricos do que elas, mas rendeu situações engraçadas), e,
em nenhum momento, estimulou esse tipo pensamento.
É, fazer um programa desse tipo com crianças é complicado e
merece todos os cuidados possíveis e impossíveis. Não sei se a Band está pronta
para encarar esse desafio, que é ainda mais difícil em nosso país, e tomar todas as providências e cautelas
necessárias, mas isso veremos ao longo da temporada, que teve, do ponto de
vista artístico, uma ótima estreia. Agora, basta só corrigir alguns exageros e
seguir o bom ritmo do primeiro episódio.
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