Tá,
me perdoem por esse título ridículo, é que não me contive.
Bom,
como já deu pra perceber, esta semana, foi aniversário de uma das novelas do
Maneco mais queridas.
Por
Amor estreou em 13 de outubro de 1997. Nessa época, Maneco ainda sabia escrever
novelas empolgantes, completamente o oposto daquele sonífero que ninguém mais
lembra que existiu, mesmo tendo acabado há pouco tempo (sim, Em Família,
desculpa, mas estou falando de você).
Nem o elenco aguentava... |
Bom, mas voltando a Por Amor, a novela tinha como tema principal algo que só o Maneco consegue retratar de
maneira tão sentimental e verdadeira: a relação entre mãe e filha. A cerejinha
do bolo de Por Amor era que as atrizes que faziam as personagens principais
eram mãe e filha na vida real também: Regina Duarte fazia sua centésima Helena
(na verdade, a segunda de um total de três, mas as helenas dela foram tão
marcantes que pareciam até mais), e Gabriela Duarte era Eduarda, a filha mimada
e chatinha. Chatinha é pouco. Eduarda era tão chata que o público chegou a pedir
a morte dela na novela, mas, com o passar do tempo, as pessoas se acostumaram
com o jeito da personagem.A
relação de amor entre mãe e filha já era mostrada na linda abertura da novela,
que passava fotos reais das duas desde quando Gabriela era piquititinha.
Na
novela, Helena era separada do pai de Eduarda, Orestes (Paulo José), que era
alcoolatra e, por isso, sofria com a rejeição da filha. Ele se casou com outra
mulher, Lídia (Regina Braga) e teve uma filha com ela, a pequena Sandrinha
(Cecília Dassi), menina doce e sensível. Foi com a ajuda dela que Orestes
resolveu procurar tratamento no fim da novela.
Que pena que faz tempo que Cecília não é chamada pra nenhuma
novela.
Cecília Dassi |
Mesmo
com tantos temas polêmicos, comuns no universo de Maneco, como bissexualismo,
filhos rejeitados pela mãe, racismo (tinha um personagem que era casado com uma
mulher negra, mas rejeitava a filha por causa da cor da pele) e tantos outros,
o que chamou mais atenção na novela foi a troca de bebês feita por Helena, as
maldades das vilãs interpretadas por Susana Vieira (Branca Letícia) e Viviane
Pasmanter (Laura) e o romance do casal Milena (Carolina Ferraz) e Nando
(Eduardo Moscovis).
A vilã Laura |
Eduarda
era recém-casada com Marcelo (Fábio Assunção), mas vivia uma relação ioiô com
ele, principalmente por causa das armações de Laura, a ex dele. Diferente de
algumas pessoas por aí que se dizem vilãs (né, Shirley?), a obsessão de Laura
por Marcelo não ficava só no pensamento, e ela agia, não só dando em cima descaradamente
dele, mas provocando Eduarda e aproveitando os deslizes da rival para dar um
bote: quando Eduarda e Marcelo deram um tempo, Laura não pensou duas vezes e fez aquele velho truque do embebedamento e
não deu outra, ela acabou engravidando, e o pior, de gêmeos. Mas Eduarda não
era aquela mocinha bobinha que só faz chorar, ela sabia muito bem se defender.
No final da novela, Laura sofre um acidente de helicóptero e é dada como morta, pois seu corpo desaparece no mar.
Para
completar, a mãe de Marcelo não era flor que se cheire: Branca Letícia de
Barros Motta (toda vilã que se preze tem que ter nome composto e um sobrenome
de luxo, e Branca fazia questão de gritá-lo pra todo mundo ouvir).Ela tinha
outros dois filhos, Milena (Carolina Ferraz) e Leonardo (Murilo Benício), mas
os rejeitava por preferir Marcelo, pois achava que ele era filho de Atílio
(Antônio Fagundes), seu amante do passado e eterno amor (no fim da novela, ela
quebra a cara, porque, na verdade, Leonardo é que é filho de Atílio).
Justamente por causa de Atílio, Branquinha destilava seu veneno também pra cima
da sogra de seu filho, a Helena, já que os dois se conheceram em uma viagem e
começaram a namorar.
Calma, Pilar, não fique assim. Estamos falando de sua prima Branca, não de você! |
Outros
que foram vítimas das armações de Branca foram Milena e Nando. A malvada não
aceitava o fato de a filha namorar um rapaz pobre e, por isso, resolveu
separá-los, colocando drogas na mochila de Nando, que foi preso injustamente.
Mas nada impediu que os dois ficassem juntos e protagonizassem cenas quentes ao
som da música Palpite, de Vanessa Rangel, (tô com saudade de você debaixo do meu cobertor...), que
até hoje faz sucesso nas rodinhas de violão.
Branca
era uma dondoca fútil e fazia de tudo para sair bem na fita diante de suas
amigas ricas. Como toda boa vilã, ela tinha uma marca registrada: não vivia sem
o seu Martini. Branca falava tanto na bebida que ela virou moda entre o
público. No final da novela, a vilã acaba solitária, mas sem perder a pose e só
restou a ela a companhia da empregada, a quem ela sempre humilhou.
Branca foi um grande personagem, principalmente, por causa do talento da nossa querida Susaninha, que foi muito bem na novela.
Susana ficou feliz com nossos elogios! |
Bom,
mas voltando à história de mãe e filha, Eduarda engravida de Marcelo, e Helena,
de Atílio no mesmo período e resolvem ter os filhos no mesmo dia e local. No
dia do parto, tudo vai bem com Helena, que tem seu filho sem sofrer nenhuma
complicação, mas Eduarda, que já tinha perdido um bebê antes, tem um parto
muito complicado e acaba ficando estéril. Mas o pior ainda estava por vir: Helena
acorda de madrugada e encontra o médico, César (Marcelo Serrado), desesperado,
ao perceber que o bebê de Eduarda estava morto. Helena fica transtornada com a
situação e, pondo a felicidade da filha em primeiro lugar, tenta convencer o
médico a trocar as pulseirinhas dos bebês para parecer que foi o seu filho que
morreu. César, é claro, se assusta com a proposta, mas, como sempre foi
apaixonado por Eduarda e deve muito à família de Helena por ter ajudado seus
pais no passado, ele acaba realizando a troca.
Essa
cena é uma das melhores cenas já feitas na TV brasileira. A interpretação de Regina
Duarte é algo fora do comum, o texto de Maneco é muito sentimental, mas
consegue passar a dramaticidade necessária para a cena sem ser brega, e a
direção também foi espetacular.
Vale muito a pena ver esse vídeo, mesmo sendo grande:
Ao
fazer isso, Helena não pensou nas consequências e acabou sofrendo com elas.
Depois da morte do bebê, seu casamento com Atílio nunca mais foi o mesmo, e
César, o médico que fez a troca, passou a viver depressivo. Helena escreveu
sobre tudo o que aconteceu em um diário, e Atílio passou a desconfiar dos
segredos da mulher e resolveu se separar.
Um
dia, o diário de Helena foi parar nas mãos de Eduarda, que leu tudo que estava
escrito e descobriu a verdade sobre a troca dos bebês, ficando indignada com a atitude da mãe. Helena resolveu contar
tudo para Atílio, que também ficou transtornado.
Com o passar do
tempo, e os ânimos acalmados, Atílio, Eduarda e Marcelo conseguiram levar a
situação de uma forma melhor e perdoaram Helena. A última cena da novela é
linda com os quatro caminhando juntos com a criança.
Eu
não consegui resistir e tive que fazer esse post comemorativo para relembrar
essa novela linda que assisti quando passou no Viva, em 2010. Sem dúvidas, Por Amor é
uma das melhores novelas brasileiras e não se fazem mais novelas assim hoje em
dia.
Por isso, sempre que pode Susaninha homenageia essa obra-prima de Maneco:
eu também acho ´´por amor´´ a melhor novela que o Manoel
ResponderExcluirCarlos escreveu...e eu ADORAVA A EDUARDA...honesta, íntegra, leal, correta,limpa ...como não se fazem mais
pessoas como ela, lamentavelmente...gostaria de ter uma
filha assim mesmo que parecesse mimada...eu só faria com
que estudasse mais e trabalhasse...de resto, ela é perfeita...