Uma coisa que eu acho bem interessante é a tal da
metalinguagem.
Mas, vem cá que diabo é isso?
É tipo assim um, livro escrito
em português, explicando o próprio português ou um poema sobre como é escrever poemas.
Tá, mas essas coisas a gente aprende na escola. O que é que
isso tem a ver com um blog sobre televisão?
Tem tudo a ver. A metalinguagem é um recurso bem interessante
de ser utilizado na TV também.
Atualmente, a novela Alto Astral vem acertando em cheio
quando o assunto é metalinguagem.
Em uma sequência de cenas exibidas na semana passada, a
personagem Samantha, interpretada por Cláudia Raia, falava sobre sua vontade de
ser atriz e que gostaria de ter interpretado personagens como a Jaqueline, de
Tititi (2010), a Lívia Marini, de Salve Jorge (2013), a Donatela, de A Favorita
(2008), entre outras, todas interpretados pela própria Cláudia Raia.
E no último sábado, Samantha previu a explosão de um shopping
e foi até lá tentar avisar para os frequentadores do local sobre a sua
previsão.
Até aí, seria uma cena normal da novela, ok!?
Mas a metalinguagem entrou em ação novamente a partir do
momento em que Úrsula (Silvia Pfeifer) e Inês (Christiane hoje é dia de rock, bebê
Torloni) eram as únicas que continuavam no shopping no meio da explosão.
Essa cena, na verdade, foi uma homenagem à novela Torre de
Babel (1998), de Silvio de Abreu, o supervisor de Alto Astral.
Na época, Torre de Babel não vinha fazendo sucesso entre o
público, e o autor, então, teve a ideia de matar os personagens menos queridos
em uma explosão.
E entre esses personagens estavam as lésbicas Leila e
Rafaela, interpretadas por Silvia e Christiane, rejeitadas pelo público conservador
da época.
Também é interessante afirmar que Cláudia Raia era uma das
vilãs da novela e, em Alto Astral, foi a personagem dela a responsável por salvar Úrsula e Inês.
É muito legal essas citações a novelas dentro de uma própria
novela. É uma forma de homenagem a esse gênero tão querido pelos brasileiros.
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