domingo, 2 de novembro de 2014

Já foi tarde, Geração Brasil!



Nessa sexta, foi ao ar, FINALMENTE, o derradeiro capítulo de Geração Brasil, novela de Felipe Miguez e Isabel de Oliveira, dupla, até então, muito elogiada pelo sucesso de Cheias de Charme.


Mas, Geração Brasil seguiu um caminho totalmente contrário do da novela das empreguetes (todo dia acordo cedo, moro longe do emprego, quando volto do serviço quero meu sofá...) e foi um mega fracasso, chegando a disputar ponto a ponto com Além do Horizonte o título de pior novela do horário.

Empreguetes, por favor, não esnobem os seus colegas de Geração Brasil!

Eu confesso que, quando começaram as chamadas de Geração, fiquei muito empolgado e pensava: “ Oba! Vai ter uma novela tão boa quanto Cheias de Charme pra compensar a chatice de Além do Horizonte”. É, eu quebrei a cara!

Nos primeiros capítulos, até que parecia legal a história de um empresário renomado do ramo da tecnologia, Jonas Marra (Murilo Benício), querer voltar para o seu país de origem, no caso, o Brasil, por conta de um segredo guardado em um envelope, mas esse entusiasmo só durou até um pouco depois da Copa, quando a novela girava em torno do reality show que iria escolher o sucessor de Jonas, mas, depois daí, foi só decepção, e os autores ficaram mais perdidos que cegos em tiroteio e perderam a mão no desenvolvimento da trama.

Confesso que, para mim, foi difícil aceitar isso, e eu ficava lutando contra as evidências, afirmando que a novela era mal compreendida pelo o público e pela crítica, mas, depois, percebi que a trama não era boa mesmo.

Mas, afinal, o que deu de tão errado assim?

Praticamente tudo...

...Começando pelo protagonista, Jonas Marra, um cara frio e calculista, que chegou até a fingir uma doença grave para pagar de bonzinho. Desse jeito, ficou difíl de o público torcer por ele.


Já imaginou uma novela sem vilão? Pois é, até mais da metade da trama, não tinha alguém que fizesse maldades contra os protagonistas, até que Herval (Ricardo Tozzi) resolveu tirar a máscara, mas já era tarde demais, e a obsessão de Herval por Jonas era meio exagerada.

Ah, e os personagens sem carisma (sim, Brian Benson, Lara, Shin, Davi e Manuela, estou falando de vocês) eram tantos que seria melhor ver o Zorra Total que assistir a um capítulo de Geração Brasil.

Brian até tentou, mas nada diminuiu a sua chatice.

Porém, a decepção maior se deu porque a Globo vendeu, pelas chamadas, uma novela que não existiu: popular, alegre e que agradasse aos jovens, assim como foi Cheias de Charme.

É até difícil de entender como que uma novela da mesma equipe de Cheias de Charme fracassou tanto. 

A resposta é simples: em Geração Brasil, os erros já apresentados em Cheias de Charme foram mais acentuados, como reviravoltas mirabolantes (em Cheias, Inácio era igualzinho ao Fabian, porque uma fabianática o dopou e o levou para uma clínica para que ele fizesse uma cirurgia plástica e ficasse a cara do cantor, já em Geração, Jonas não reconheceu Herval, porque, no passado, ele era obeso), casais sem graça (Rosário e Inácio, em Cheias de Charme, Davi e Manuela e Brian e Lara, em Geração Brasil) e trama arrastada (no começo e no fim, foram muitos os acontecimentos, mas, no meio, os autores ficaram só enchendo linguiça), e a história de Jonas não tinha tanto apelo popular quanto à das empregadas domésticas que se tornaram fenômenos da Internet.

Por fim, alguns atores, que pareciam que iam fazer grandes personagens ficaram perdidos na novela, como Renata Sorrah (Gláucia Beatriz), Titina Medeiros (a eterna Socorro, de Cheias de Charme, mas o personagem dela em Geração foi tão sem relevância que eu nem lembro o nome), André Gonçalves (outro de personagem irrelevante) e Fiuk (ele dava vida a Alex, que, no começo, falavam que ia ser o grande vilão da novela, mas ele morreu quando a trama não tinha nem dois meses de exibição).

Porém, alguns elogios podem ser feitos, como a qualidade técnica da trama (eu, por exemplo, adorava aquelas tomadas aéreas de São Francisco, a trilha sonora e também aquele negócio azul que reproduzia as mensagens que os personagens liam em seus celulares), o lado tecnológico da novela, apesar de exagerado no começo, também foi um ponto positivo e trouxe modernidade à trama, e alguns atores conseguiram se destacar com atuações maravilhosas, como Luís Miranda, que viveu Dorothy, Taís Araújo, que estava muito à vontade na pele de Verônica, Felipe Abib (Ernesto), Cláudia Abreu (Pamela), Isabelle Drummond (Megan) e Rodrigo Pandolfo (Shin), que conseguiram ter uma atuação brilhante, mesmo com personagens chatos, e Leandro Hassum, que fez de Barata um dos melhores personagens da trama.

Barata, realmente, abalou as estruturas da novela.

Por fim, foi também muito positivo o fato de os autores terem reconhecido os erros e tentado repará-los (diferente de uns e outros, como Sílvio de Abreu, que, em Guerra dos Sexos, alegou que a culpa do fracasso da novela era do público que não entendia seu “humor inteligente”), mas, infelizmente, já era tarde demais, por isso, eu não desanimei e acredito que eles ainda irão presentear o público com uma novela tão boa ou melhor que Cheias de Charme (o segredo é esquecer o passado e focar só no presente, o que não se viu em Geração Brasil).

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