Nessa sexta,
foi ao ar, FINALMENTE, o derradeiro capítulo de Geração Brasil, novela de
Felipe Miguez e Isabel de Oliveira, dupla, até então, muito elogiada pelo
sucesso de Cheias de Charme.
Mas, Geração
Brasil seguiu um caminho totalmente contrário do da novela das empreguetes (todo
dia acordo cedo, moro longe do emprego, quando volto do serviço quero meu
sofá...) e foi um mega fracasso, chegando a disputar ponto a ponto com Além do
Horizonte o título de pior novela do horário.
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Empreguetes, por favor, não esnobem os seus colegas de Geração Brasil! |
Eu confesso
que, quando começaram as chamadas de Geração, fiquei muito empolgado e
pensava: “ Oba! Vai ter uma novela tão boa quanto Cheias de Charme pra
compensar a chatice de Além do Horizonte”. É, eu quebrei a cara!
Nos
primeiros capítulos, até que parecia legal a história de um empresário renomado
do ramo da tecnologia, Jonas Marra (Murilo Benício), querer voltar para o seu
país de origem, no caso, o Brasil, por conta de um segredo guardado em um
envelope, mas esse entusiasmo só durou até um pouco depois da Copa, quando a
novela girava em torno do reality show que iria escolher o sucessor de Jonas,
mas, depois daí, foi só decepção, e os autores ficaram mais perdidos que cegos em
tiroteio e perderam a mão no desenvolvimento da trama.
Confesso
que, para mim, foi difícil aceitar isso, e eu ficava lutando contra as
evidências, afirmando que a novela era mal compreendida pelo o público e pela
crítica, mas, depois, percebi que a trama não era boa mesmo.
Mas, afinal,
o que deu de tão errado assim?
Praticamente
tudo...
...Começando
pelo protagonista, Jonas Marra, um cara frio e calculista, que chegou até a fingir
uma doença grave para pagar de bonzinho. Desse jeito, ficou difíl de o público torcer por ele.
Já imaginou
uma novela sem vilão? Pois é, até mais da metade da trama, não tinha alguém que
fizesse maldades contra os protagonistas, até que Herval (Ricardo Tozzi)
resolveu tirar a máscara, mas já era tarde demais, e a obsessão de Herval por
Jonas era meio exagerada.
Ah, e os
personagens sem carisma (sim, Brian Benson, Lara, Shin, Davi e Manuela, estou
falando de vocês) eram tantos que seria melhor ver o Zorra Total que assistir a
um capítulo de Geração Brasil.
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Brian até tentou, mas nada diminuiu a sua chatice. |
Porém, a
decepção maior se deu porque a Globo vendeu, pelas chamadas, uma novela que não
existiu: popular, alegre e que agradasse aos jovens, assim como foi Cheias de
Charme.
É até
difícil de entender como que uma novela da mesma equipe de Cheias de Charme
fracassou tanto.
A resposta é simples: em Geração Brasil, os erros já
apresentados em Cheias de Charme foram mais acentuados, como reviravoltas
mirabolantes (em Cheias, Inácio era igualzinho ao Fabian, porque uma fabianática
o dopou e o levou para uma clínica para que ele fizesse uma cirurgia plástica e
ficasse a cara do cantor, já em Geração, Jonas não reconheceu Herval, porque,
no passado, ele era obeso), casais sem graça (Rosário e Inácio, em Cheias de
Charme, Davi e Manuela e Brian e Lara, em Geração Brasil) e trama arrastada (no
começo e no fim, foram muitos os acontecimentos, mas, no meio, os autores
ficaram só enchendo linguiça), e a história de Jonas não tinha tanto apelo
popular quanto à das empregadas domésticas que se tornaram fenômenos da
Internet.
Por fim,
alguns atores, que pareciam que iam fazer grandes personagens ficaram perdidos
na novela, como Renata Sorrah (Gláucia Beatriz), Titina Medeiros (a eterna
Socorro, de Cheias de Charme, mas o personagem dela em Geração foi tão sem
relevância que eu nem lembro o nome), André Gonçalves (outro de personagem
irrelevante) e Fiuk (ele dava vida a Alex, que, no começo, falavam que ia
ser o grande vilão da novela, mas ele morreu quando a trama não tinha nem dois
meses de exibição).
Porém,
alguns elogios podem ser feitos, como a qualidade técnica da trama (eu, por
exemplo, adorava aquelas tomadas aéreas de São Francisco, a trilha sonora e
também aquele negócio azul que reproduzia as mensagens que os personagens liam
em seus celulares), o lado tecnológico da novela, apesar de exagerado no
começo, também foi um ponto positivo e trouxe modernidade à trama, e alguns atores
conseguiram se destacar com atuações maravilhosas, como Luís Miranda, que viveu
Dorothy, Taís Araújo, que estava muito à vontade na pele de Verônica, Felipe
Abib (Ernesto), Cláudia Abreu (Pamela), Isabelle Drummond (Megan) e Rodrigo
Pandolfo (Shin), que conseguiram ter uma atuação brilhante, mesmo com personagens chatos, e
Leandro Hassum, que fez de Barata um dos melhores personagens da trama.
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Barata, realmente, abalou as estruturas da novela. |
Por fim, foi
também muito positivo o fato de os autores terem reconhecido os erros e tentado
repará-los (diferente de uns e outros, como Sílvio de Abreu, que, em Guerra dos
Sexos, alegou que a culpa do fracasso da novela era do público que não
entendia seu “humor inteligente”), mas, infelizmente, já era tarde demais, por
isso, eu não desanimei e acredito que eles ainda irão presentear o público com
uma novela tão boa ou melhor que Cheias de Charme (o segredo é esquecer o
passado e focar só no presente, o que não se viu em Geração Brasil).
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