Eu sei que esse post tá meio atrasado e que Babilônia foi
tão ruinzinha que até passaria sem um post de final de capítulo, mas, como
temos que cumprir com as tradições, vamos lá escrever essa matéria sofrida.
Bom, Babilônia começou cercada de expectativas com chamadas
mega impactantes (por isso, é bom ter cuidado com A Regra do Jogo também, viu
pessoal que tá nas redes sociais já falando que a novela vai ser maravilhosa!?)
e teve um primeiro capítulo bom, cheio de acontecimentos, prometendo um grande
embate entre duas vilãs, Beatriz (Glória Pires) e Inês (Adriana Esteves).
Também, naõ tô disposto, Beatriz, mas fazer o quê, né? |
E, pra mim, foi justamente esse embate o ponto fraco da
trama, o que fez o público mudar de canal (olha Carrossel aê, gente!) e dar à
novela o título de menor audiência do horário das nove. No começo, muita gente
falava que a culpa do mau desempenho de Babilônia era do casal lésbico formado
por duas atrizes mais velhas (Fernanda Montenegro e Nathalia Timberg) e dos temas polêmicos, como a prostituição (se
fosse só por isso Verdades Secretas não seria o sucesso que é). Esses temas foram
abordados de uma forma um pouco exagerada e rápida (sem um tempo prévio para
que o público compreendesse a história e torcesse pelos personagens) pelos
autores e, pra completar, a novela, no começo, não tinha um bom alívio cômico,
ou um respiro de leveza entre as abordagens pesadas.
TUM TUM |
Na verdade, houve uma falta de jeito dos autores (Gilberto
Braga, Ricardo Linhares e João Ximenes Braga) na hora de desenvolver sua trama
no geral. Mas o núcleo principal era o pior, o tal embate entre as vilãs não
foi muito bem justificado, o que fez com que o público não comprasse a história
e não tivesse por quem torcer. No meio de Beatriz e Inês, estava a boazinha
Regina (Camila Pitanga), que também não mostrou a que veio, sendo mais uma
estereotipação da mulher trabalhadora que mora em uma favela. No decorrer da
trama, as brigas entre as protagonistas mais pareciam episódios de Tom e Jerry,
ou seja, tudo muito repetitivo, chato e sem motivo. Pode parar pra pensar, não
tinha uma semana em que uma das três não ia para cadeia por conta de uma
armação.
Além disso, as tramas paralelas eram sem graça e não tinham
força suficiente para sustentar a novela. O único destaque ficou por conta da
família Pimenta, sendo uma ótima crítica à situação política do País e ao
fanatismo religioso ainda existente.
Babilônia foi prejudicada pela própria globo também.
Sedentos por audiência, os diretores da emissora forçaram os autores a mudarem sua trama a todo custo, o que fez a novela ficar ainda mais sem sentido e
parecendo uma colcha de retalhos. Por outro lado, Babilônia será lembrada com
louvor por ter tratado de temas importantes e polêmicos e tentar, na medida do
possível, burlar as críticas e "censuras" dos telespectadores mais conservadores.
Apesar da trama morna e repetitiva, alguns atores
conseguiram se destacar: Glória Pires e Adriana Esteves defenderam como puderam
suas personagens mal formuladas pelos autores, Sophie Charlotte (Alice), Bruno
Gagliasso (Murilo) e Marcello Melo Júnior (Ivan) vêm, a cada novo trabalho,
mostrando mais maturidade, Chay Suede (Rafael) e Luísa Arraes (Laís) formaram o
único casal convincente da novela, Nathalia Timberg (Estela), Sheron Menezes
(Paula), Cássio Gabus Mendes (Evandro), Juliana Alves (Valeska), Thiago Martins
(Diogo), Bruno Gissoni (Guto) e Tainá Müller (Cris) também tiveram bons
momentos. Marcos Palmeira (Aderbal),
Arlete Salles (Consuelo) e Fernanda Montenegro (Teresa), sem dúvida, foram os
maiores destaques, e Igor Angelkorte (Bóris), Marcos Veras (Noberto) e Laila
Garin (Maria José) foram as grandes revelações do elenco.
O desfecho da novela, como poderia se esperar, não foi lá
essas coisas. Os autores perderam a chance de se desculparem um pouquinho com o
público. O final foi morno e com algumas situações incoerentes. Gostei do
desfecho das duas vilãs caindo ribanceira abaixo, apesar de o enfrentamento
final delas ter ficado um pouco forçado,
já a resolução do “quem matou Murilo?” foi decepcionante, já que o assassino
foi um personagem que não chamou a atenção do público ao longo da novela e desculpa encontrada para explicar como descobriram que era ele pareceu bastante infantil e forçada (parecia final de episódio do Scooby-Doo).
Bom, devido a todos os problemas, Babilônia teve sua duração
reduzida (a princípio, era pra terminar só no final de setembro) e, agora,
podemos respirar aliviados porque A Regra do Jogo vem aí... OU NÃO, NÉ? Afinal,
Babilônia também teve chamadas impactantes e seu autor principal Gilberto Braga
também já escreveu grandes sucessos, como Dancin'Days, Vale Tudo e Celebridade.
Ou seja, é melhor esperar a novela estrear antes de tomar conclusões
precipitadas.
Camila Pitangão, a rainha do Twitter, feliz da vida com o fim da novela! |
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